O relatório da Qualidade das Águas Interiores 2022, produzido pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e apresentado neste mês, lista série de dados negativos sobre índice de qualidade da água para abastecimento tanto na represa Cascata quanto no rio do Peixe em Marília.

A represa é citada repetidas vezes com baixos níveis de qualidade em quadro que já apontava problemas meses antes de caso de contaminação divulgado por ambientalistas e da crise de redução drástica do nível de água pela estiagem.

A Rede de Monitoramento de Qualidade das Águas da Cetesb atua desde 1974 com ampliação e aprimoramento. Além de 477 pontos de amostragem manual, a rede conta com estações de monitoramento automático em 17 locais estratégicos.

O relatório destaca má qualidade na represa Cascata, que apresentou alto índice de presença de cianobactérias, um indicador de poluição da água. “Houve detecção de atividade mutagênica em todas as campanhas de 2022. Esse reservatório também foi monitorado em 2012, quando não houve resultados positivos”, diz o levantamento.

O índice de tratamento de esgotos domésticos no estado de São Paulo, em 2020, atingiu 65%, o maior patamar dos últimos cinco anos. Mas Marília é citada de forma negativa nos dados.

“A qualidade da água nos trechos que atravessam os municípios de Bastos, Caiabu, Dracena e Caiua manteve a categoria Boa, e próxima da média dos últimos 5 anos. Já no trecho em Marília, a qualidade manteve a categoria Regular e ligeiramente abaixo da média histórica, influenciada por concentrações médias mais elevadas de COT e de E. coli em relação a 2021, possivelmente decorrente da carga orgânica remanescente oriunda de Marília, que tem porcentagem nula para o tratamento dos esgotos gerados nesse município.”

A situação é repetida duas vezes e citada também quando o estudo informa que a unidade do Rio do Peixe apresentou o segundo menor ICTEM do estado, “influenciado pelo valor nulo para o tratamento de esgotos do município de Marília”. Outra citação a Marília é o carreamento de matéria orgânica (particulada ou dissolvida) para o córrego do Arrependido, criado como sistema de apoio ao abastecimento pelo rio do Peixe, incluído no relatório com informação de “IAP foi influenciado negativamente”.

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Lançamento de esgoto em áreas de captação de água preocupa população que pergunta: vale tudo para “venderem” o Daem?

Cada dia mais a OSCIP Matra (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público Marília Transparente) tem se tornado referência para a população como uma instituição séria e comprometida com o desenvolvimento de Marília. E desde a propositura da Ação Civil Pública, que resultou na suspensão da concessão do DAEM (Departamento de Água e Esgoto de Marília), a quantidade de denúncias, informações e reclamações recebidas pela Matra aumentou consideravelmente.

São pessoas comuns da sociedade, especialistas e até funcionários do DAEM que, inconformados com a situação, depositam na Matra a última esperança contra a concessão do Departamento à iniciativa privada – o que acreditamos que seria prejudicial para a população. São
diversos aspectos negativos que envolvem essa concessão pretendida pelo prefake Daniel Alonso e seus…

O problema é que desde que iniciamos uma verdadeira batalha na Justiça para tentar impedir que esse patrimônio público, responsável por um serviço essencial para a população como um todo (dos mais pobres aos mais ricos), seja entregue para a iniciativa privada, sem o mínimo de discussão com a sociedade, planejamento ou estudo, o processo de sucateamento do DAEM parece ter sido acelerado.

RECORDE EM QUEBRAS DE BOMBAS

As notícias de falta d’água, quebra de bombas e até de alterações na coloração e no odor da água tratada que chega nas torneiras das casas em algumas regiões da cidade, se tornaram frequentes na imprensa, assim como as reclamações dos moradores nas redes sociais. Mas o mais grave é que depois que ambientalistas da Ong Origem constataram o despejo de esgoto na Represa Cascata – fato que gerou autuação pela CETESB (a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) – a captação de água do Rio do Peixe teve que ser reduzida recentemente por causa do lançamento de esgoto em grande quantidade no rio.

A denúncia foi feita por meio de vídeo, mas preferimos divulgar apenas fotos para que não seja possível identificar o denunciante. No material recebido pela Matra o denunciante afirmou que após fortes pancadas de chuvas registradas na região, a captação de água no Rio do Peixe chegou a ser interrompida por algumas horas, por causa da grande quantidade de esgoto que havia sido lançada no rio. No vídeo ele cita o mau cheiro que estava no local.

DE PROPÓSITO?

Não é possível afirmar ainda que essas ocorrências sejam consequências de ações premeditadas para prejudicar o abastecimento propositalmente, fazendo com que a população desista de cobrar as melhorias necessárias e aceite a concessão do DAEM como a única solução possível. Mas chama a atenção a negligência com o Departamento de Água e Esgoto. Situação que fica evidente nas fotos que podem ser conferidas abaixo, que mostram que nem serviços básicos como a manutenção das instalações da estação de captação de água no Rio do Peixe estão sendo feitos adequadamente

Dá para ver a pintura extremamente desgastada nos prédios, muitas amarrações com cordas e tiras de borracha, telhas quebradas, pelo menos uma bomba totalmente ao relento na margem do rio, nitidamente com sinais de desgaste, como ferrugem, além da água muito escura no momento que o denunciante afirma ter verificado a presença de esgoto no rio. Não ter os recursos para fazer todos os investimentos necessários de uma vez é uma coisa, agora, não fazer nada e deixar tudo se acabar, é uma situação completamente diferente e isso precisa ser investigado.

DAEM SEMPRE FOI VIÁVEL, MENOS PRA O PREFAKE ALONSO?

São fatos graves que deixam cada vez mais claro que a Administração Municipal precisa parar de focar apenas no investimento milionário a ser feito no DAEM à longo prazo e começar a fazer o básico para garantir o fornecimento de água tratada de qualidade para a população, que não merece sofrer com os problemas no abastecimento por causa de interesses individuais.

Por exemplo, não seria o caso de aproveitar que o nível da água da Represa Cascata está baixo para fazer uma ação de desassoreamento, aumentando a capacidade de armazenamento para o futuro? Falta ação!

O DAEM pertence à população de Marília e a prova de que ele é viável está na própria quantidade de empresas que manifestaram interesse na licitação, com demandas até na Justiça. É preciso vontade, comprometimento, responsabilidade com o dinheiro público e, principalmente, governança pública. O DAEM tem números e desafios de uma empresa de grande porte e precisa ser tratado como tal. Sem falar que em outras administrações, sob outroas diretorias, sempre foi viável. Menos agora com essa…

Fique atento cidadão! Não seja enganado. Afinal, Marília tem dono: VOCÊ! E veja fotos!

(Com informações da Matra, Giromarília e Jornal da Manhã) 

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Contaminação de Água e Sucateamento do Daem. O desrespeito do mentiroso e milionário prefake Daniel Alonso. Veja fotos e vídeos!