Foto: Reprodução

Em 3 de fevereiro do ano passado, a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal (PF) prendeu em Porto Velho (RO) o jornalista William Ferreira, de 60 anos, durante a quarta fase da Operação Lesa Pátria. Isso porque, durante o 8 de janeiro, Ferreira transmitiu os atos em suas redes sociais. A defesa informou que ele não entrou em nenhum prédio público. À Justiça, o repórter disse estar de férias, em Brasília, e resolveu cobrir os atos.

Ferreira é conhecido em Rondônia como o “homem do tempo”. Ele foi sargento da Polícia Militar (PM) do Estado e, nas eleições de 2022, se candidatou a deputado estadual, mas perdeu. Antes disso, já havia tentado uma vaga na Câmara de Vereadores e na Assembleia Legislativa de RO, desde 2012. Em todas, ficou apenas como suplente.

Ao ser detido pela PF, teve as contas bancárias bloqueadas pela Justiça a fim de ressarcir o Estado pelos supostos danos que ele teria causado ao patrimônio público. Por isso, nem sequer conseguiu movimentar a aposentadoria que recebia como PM. Só em agosto é que Moraes autorizou o saque de um salário mínimo. A família de Ferreira, contudo, alega que nunca conseguiu retirar os recursos.

No início deste ano, Ferreira foi solto, mas com tornozeleira eletrônica e uma série de medidas cautelares que o impediram até de trabalhar. Em novembro, ele e a família passaram por outro constrangimento: um novo bloqueio nas contas. Apenas há duas semanas é que a Procuradoria-Geral da República opinou pelo desbloqueio, prontamente atendido por Moraes. Contudo, Ferreira não tinha acesso aos recursos, mesmo tendo levado a decisão do juiz do STF à agência. A instituição financeira alegou que precisava ser comunicada pelos meios oficiais. Somente nesta sexta-feira, 27, é que Ferreira, finalmente, recebeu um aviso de que poderá pegar o dinheiro.

Preso do 8 de janeiro desenvolveu câncer

No período em que ficou em um presídio da capital de RO, Ferreira descobriu ter câncer de próstata. O advogado Hélio Júnior alegou que a doença evoluiu no cárcere, em virtude da falta de tratamento adequado e do estresse que Ferreira passou. Quando as suspeitas começaram, em dezembro de 2023, um dos médicos sugeriu a realização de biópsia, porém, o presídio não tinha estrutura para isso.

Quando deixou a prisão, o jornalista fez exames em um laboratório, que comprovou a enfermidade. Por isso, ele se submeteu ao tratamento de quimioterapia. Somente com a evolução do tratamento é que se saberá se a terapêutica fez efeito.

Ferreira é casado e tem uma filha de 3 anos.

Fonte: Revista Oeste

Fonte Diário Do Brasil

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Contas bloqueadas e diagnóstico de câncer: o drama de um jornalista preso por atos de 8 de janeiro