Laura Antunes / Agência O Globo

Uma equipe de arqueólogos, liderada pela professora de ciências da Terra e dos oceanos da Universidade da Carolina do Norte em Wilmington, Eman Ghoneim, descobriu a existência de um túnel que conecta as pirâmides de Gizé, no Egito. Após uma série de análises e estudos do solo, eles indicaram que se trata de um braço extinto do rio Nilo.

Essas construções, com mais de 3.000 anos, são das únicas sete maravilhas da antiguidade que ainda permanecem de pé. Sua existência foi objeto de estudo por diferentes egiptólogos e entusiastas da história dos faraós deste país do norte da África. Ano após ano, as diferentes expedições arqueológicas revelaram novas informações sobre a origem dessas estruturas, como aconteceu recentemente com a pesquisa realizada por Ghoneim.

Um recanto perdido do Saara

Segundo o artigo publicado no site oficial da Universidade da Carolina do Norte, as pirâmides foram erguidas ao lado de um braço do rio Nilo, o que permitiu transportar os blocos de pedra e granito de forma simples e sem muito esforço. Até então, especulava-se que os escravos usavam trenós de madeira.

A pesquisa foi publicada na revista Communications Earth & Environment. Nela, explicou-se a razão pela qual cerca de 30 pirâmides se concentraram em um recanto quase inóspito do Saara.

“Muitos de nós, interessados no antigo Egito, sabemos que os egípcios precisaram usar uma via fluvial para construir seus enormes monumentos, como as pirâmides e os templos do vale, mas ninguém tinha certeza da localização, forma, tamanho ou proximidade dessa mega via fluvial ao local das pirâmides. Nossa pesquisa oferece o primeiro mapa de um dos principais braços antigos do Nilo em uma escala tão grande e o vincula aos maiores campos de pirâmides do Egito”, disse Ghoneim.

Os arquitetos dessas obras teriam aproveitado a estação úmida, quando a principal artéria do país africano aumentava em volume de água. Segundo o artigo, os campos de pirâmides egípcias entre Gizé e Lisht foram construídos ao longo de um período de 1.000 anos, há 4.700 anos.

Os cientistas propuseram chamar esse antigo braço do Nilo de Ahramat, que em árabe significa “pirâmides”. Especula-se que, na época, ele tinha aproximadamente 63 quilômetros de comprimento e entre 200 e 700 metros de largura. Graças aos sedimentos presentes no solo e no túnel que antigamente servia de curso de água entre os monumentos triangulares, os especialistas descobriram sua origem.

O que obrigou os habitantes a abandonar a área?

Estima-se que, há 4.200 anos, o rio de maior caudal do Egito começou a secar, o que afetou as populações próximas aos ramos mais fracos da bacia. “Essa pode ser uma das razões para a migração do braço para o leste e seu posterior assoreamento”, sugeriu o artigo.

Esses campos de pirâmides situavam-se perto da cidade de Mênfis, que na época funcionava como capital do reino. Além disso, os arqueólogos observaram que várias pirâmides tinham calçadas em direção ao rio Ahramat, outro indício de que os materiais foram transportados ao longo de seu curso.

Fonte: O Globo

Fonte: Diário Brasil Noticias

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CURIOSO: Pesquisadores norte-americanos descobrem para que servia o túnel que une as 30 pirâmides do Egito