Estudo revela que, sem audição, machos não conseguem se reproduzir, permitindo novas estratégias no combate a doenças, como malária e dengue
Estudos genéticos recentes revelaram que, quando os mosquitos machos perdem a audição, eles também perdem a capacidade de se reproduzir, descoberta essa que pode abrir portas para novas abordagens de controle de populações de mosquitos e as doenças que eles transmitem.
Os cientistas já sabiam que a audição é crucial para o acasalamento dos mosquitos, com as fêmeas batendo as asas em frequência de cerca de 500 Hz e os machos respondendo com batidas de 800 Hz. Esse comportamento facilita a cópula em voo.
No entanto, pesquisadores da Universidade de Santa Bárbara (EUA), usando a técnica de edição genética CRISPR-Cas9, descobriram que, ao remover a audição de machos mutantes, eles não respondiam mais ao som das fêmeas e, portanto, não conseguiam se acasalar. A pesquisa foi publicada na PNAS.
Mais descobertas do estudo sobre os mosquitos
- Os resultados mostraram que as fêmeas surdas ainda conseguiam atrair parceiros, mas os machos surdos não se envolveram na reprodução;
- Isso sugere que os machos dependem exclusivamente da audição para localizar parceiras;
- “É surpreendente que a perda de um único sentido possa acabar completamente com o acasalamento”, disse Emma Duge, coautora do estudo.
Essa descoberta pode ser aplicada para o controle de mosquitos, uma vez que já existem estratégias de liberação de machos estéreis para reduzir populações.
No entanto, para que os machos estéreis superem os selvagens e consigam acasalar, uma nova abordagem poderia ser usada: tornar o gene da audição hiperativo nos mosquitos estéreis, tornando-os mais sensíveis ao som das fêmeas e permitindo que se acasalem antes dos machos selvagens. Isso poderia ser nova ferramenta para combater doenças, como malária, zika e dengue.
Fonte Olhar Digital