O parafuso aéreo, uma invenção de Leonardo da Vinci com mais de 500 anos, inspirou engenheiros na criação de drones menos barulhentos
O parafuso aéreo, um projeto considerado o precursor dos helicópteros modernos, inventado há mais de 500 anos por Leonardo da Vinci pode ajudar a resolver um problema moderno: o barulho dos drones.
A ideia do gênio serviu de base para o desenvolvimento de um design de drone mais silencioso, apresentado por engenheiros na 76ª Reunião Anual da Divisão de Dinâmica de Fluidos em Washington, DC.
De onde vem o som dos drones?
Aquele barulhinho característico dos drones tem sua origem nas hélices do dispositivo. Quando estão em movimento, pequenos redemoinhos de ar se formam nas pás planas ou angulares, emitindo esse som. O fenômeno é chamado pelos especialistas de “vórtices de ponta”.
Alguns projetos com pás arredondadas, que espalham os vórtices e amenizam o barulho, já estão em desenvolvimento. No entanto, o grupo de engenheiros imaginou que o parafuso aéreo de Da Vinci também poderia servir de base para criar drones mais silenciosos.
A investigação da criação de Leonardo da Vinci
- Um trabalho anterior de estudantes da Universidade de Maryland, que analisou a invenção de Da Vinci, foi o primeiro passo para a investigação.
- A partir das medidas encontradas nesse estudo, os engenheiros criaram um modelo 3D do parafuso aéreo.
- Com o ViCar3D, um software de simulação, foi possível detectar a velocidade do fluxo de ar ao redor das hélices do modelo.
- Uma teoria desenvolvida pela NASA, a formulação de Farassat, também ajudou a prever os níveis de som com base nas simulações.
- Os engenheiros constataram que a invenção é mais barulhenta que as pás circulares, mas também sustenta melhor sua estrutura.
Mais sustentação e menos ruído
Ainda havia uma pergunta: será que o som dos drones permaneceria o mesmo em tarefas como transportar algum pacote? O cálculo do ruído emitido pelas hélices de Da Vinci nessa situação mostrou que, na verdade, o dispositivo emitiu menos barulho ao carregar mais peso.
Agora, os pesquisadores pretendem realizar outras simulações para descobrir como um dispositivo maior se sai em velocidades superiores. Segundo eles, o modelo pode ser útil em momentos nos quais a redução de ruído é mais importante do que a eficiência estrutural.
Por Nayra Teles, editado por Lucas Soares