Fantasias, brincadeiras, medo e o hábito de usar doces como recompensa ou parte de uma brincadeira comum no Dia das Bruxas pode influenciar a maneira como as crianças enxergam a comida ao longo da vida. Segundo a psicóloga especialista em transtornos alimentares, Valeska Bassan da capital paulista, essa relação construída entre prazer, recompensa e alimentação pode, em muitos casos, desencadear comportamentos de compulsão alimentar ou de grande repugna para algum alimento no futuro. “Quando uma criança associa o doce a uma recompensa ou a algo raro e especial, existe um risco de que ela desenvolva uma relação emocional com o alimento, utilizando-o como uma forma de conforto, compensação emocional ou de grande exclusão por trauma”, explica.
 

A especialista conta que a prática de recolher grandes quantidades de doces de uma só vez pode criar a noção de “permitido x proibido” na mente infantil, o que gera um ciclo de compulsão, em que a criança tende a exagerar no consumo de doces em situações futuras, especialmente quando se sente privada ou em momentos de ansiedade. E há ainda pessoas que desenvolvem verdadeira aversão a um determinado alimento que ou não era ofertado ou era proibido na infância.
 

Para minimizar esses efeitos, pais e cuidadores podem adotar algumas estratégias durante o Halloween. “Ao invés de liberar o exagero no consumo, vale aproveitar a ocasião para ensinar às crianças o conceito de moderação e equilíbrio, permitindo que o consumo seja em uma quantidade controlada de doces pode ajudar a estabelecer limites saudáveis sem gerar frustrações ou datas especificas para este consumo”, afirma a psicóloga que ainda explica: “sempre que um doce ou um alimento são colocados com específicos para uma data, isso gera ansiedade e compulsão, no qual a criança nem come por vontade, mas sim porque está imposta dentro de uma data e um limite – ou por falta dele”.
 

Para Valeska, a chave está em encontrar o equilíbrio entre a diversão e a moderação, para que o consumo de doces não se torne um padrão de compulsão alimentar no futuro ou uma repugna desesperada quando o adulto se depara com algum doce.
 

Mais informações:

Mayra Barreto Cinel – MBC Comunicação Assessoria de Imprensa

(11) 9.9986-8058

Sobre Valeska Bassan @psicologavaleskabassan

Psicóloga aprimorada em Transtornos Alimentares pelo Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP) e pós graduanda em Medicina e Estilo de Vida e coaching de saúde no Hospital Israelita Albert Einstein.

Coordenou o Curso de Aprimoramento em Transtornos Alimentares Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP) e a equipe de psicólogos do Grupo de Estudos do Comer compulsivo em mulheres portadoras de obesidade (GRECCO) também do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP).

Professora de pós graduação das disciplinas de Transtornos Alimentares Pós Cirurgia Bariátrica e dos Aspectos Psicológicos dos Transtornos Alimentares na Faculdade iGPs.

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Dia das Bruxas e a relação entre o ‘permitido x proibido’ na mente infantil e na compulsão