UnitedHealth Group, multinacional americana que controla a operadora Amil no Brasil, anunciou que já utiliza centenas de sistemas de inteligência artificial em suas áreas de seguros, serviços médicos e farmácia. A informação foi publicada pelo Wall Street Journal nesta segunda-feira, 5.
Nos Estados Unidos, a empresa é alvo de uma ação coletiva e de uma investigação do Departamento de Justiça por supostamente empregar algoritmos para negar tratamentos a pacientes do Medicare Advantage, plano subsidiado pelo governo americano para idosos.
A UnitedHealth nega que os sistemas tomem decisões finais sobre cobertura, mas documentos judiciais apontam o uso de um programa chamado “nH Predict” para recomendar alta precoce de pacientes, mesmo contra recomendações médicas.
Segundo a empresa, mais de 90% dos sinistros são processados automaticamente por softwares sem uso de IA. Nos demais casos, a inteligência artificial é usada para reunir dados faltantes ou encaminhar o pedido para revisão humana.
O diretor de tecnologia da companhia, Sandeep Dadlani, afirmou que os sistemas são supervisionados por um comitê de especialistas que analisa desempenho, imparcialidade e risco de vieses.
A UnitedHealth afirmou ainda que planeja vender essas soluções a outros grupos de saúde. Entre os projetos já em operação estão ferramentas que transcrevem consultas, chatbots para localizar médicos e programas que analisam prontuários para sugerir diagnósticos.
A companhia afirma que todas essas ferramentas são utilizadas com consentimento dos pacientes.
A expansão do uso de IA pela empresa ocorre num momento de desconfiança crescente nos Estados Unidos sobre o papel de algoritmos em decisões médicas.
Organizações civis, legisladores e o próprio setor de saúde discutem limites para essas ferramentas, especialmente quando há impacto direto sobre a vida de pacientes.
No Brasil, a Amil não comentou se tecnologias semelhantes são utilizadas em seus planos de saúde. Desde 2012, a operadora faz parte da UnitedHealth Group, que é a maior empresa de saúde do mundo em valor de mercado.
Fonte: O antagonista
Fonte: Diário Do Brasil
