‘Indiana Jones’ é uma das franquias mais queridas da cultura pop. São cinco filmes, uma série de televisão e até games baseados na história criada por George Lucas e Steven Spielberg. Com grande inspiração em produções de ação dos anos 1930, as chamadas ‘matinês’, o enredo do personagem interpretado por Harrison Ford envolve a busca por relíquias escondidas e protegidas em locais remotos.

‘Indiana Jones e a Relíquia do Destino’, lançado este mês como a despedida de Ford, segue a mesma premissa. O papel do herói é evitar que a tal relíquia do destino caia nas mãos de inimigos, impedindo que o curso da humanidade seja alterado.

Com tantas histórias centradas em relíquias antigas, é difícil não se perguntar qual a origem de todas elas, em quais casos há uma inspiração verdadeira e quando as mentes de George Lucas e seus roteiristas foram responsáveis por criar um novo artefato do zero. Descubra a verdade por trás das místicas relíquias de ‘Indiana Jones’.

Relíquia do destino

Apresentada no último filme de Indiana Jones, a relíquia do destino é um artefato poderoso, criado por Arquimedes, e que possibilita viagens no tempo. Sua inspiração pode estar na máquina de Anticítera, item conhecido como o primeiro computador analógico.

Embora suas funções originais não incluíssem voltar ao passado, o dispositivo criado pelos gregos por volta do ano 100 a.C. permitia prever e mapear posições astronômicas e marcar o tempo durante o ciclo dos Jogos Olímpicos da Antiguidade.

A Relíquia do Destino — Foto: Reprodução

Foto: Reprodução.

Ídolo de ouro

Ao pensar em ‘Indiana Jones’, algumas cenas clássicas surgem na mente. Uma delas, presente no longa ‘Os Caçadores da Arca Perdida’, mostra o personagem substituindo um ídolo de ouro por um saco de areia, tentando evitar as armadilhas do templo que protegia o objeto.

Diferentemente do que é dito no filme, a estatueta não é parte da cultura Chachapoya, do Peru. Ela foi baseada na Figura do Nascimento, do museu Dumbarton Oaks, que teria origem Asteca. No entanto, o próprio item exposto nos Estados Unidos tem procedência duvidosa. Estudiosos acreditam que a estátua é apenas uma réplica de um trabalho, de fato, asteca.

Figura do Nascimento, do museu Dumbarton Oaks; Ídolo de Ouro, do filme Indiana Jones: Os Caçadores da Arca Perdida — Foto: Reprodução

Foto: Reprodução/Monet.

Arca da Aliança

A batalha de Indiana contra os nazistas começa na busca pela arca da aliança. O enredo do longa indica que a relíquia estava na posse do faraó Sisaque e foi escondida na cidade de Tânis, no Egito.

A aparência se assemelha ao que consta na Bíblia, referência direta para a criação do objeto no filme. No texto religioso, a arca foi utilizada para guardar as tábuas com os 10 mandamentos entregues a Moisés. O ‘Livro do Êxodo’ ainda conta com uma descrição detalhada da construção – seguida à risca pela produção de ‘Indiana Jones’.

O local onde a arca foi escondida, no entanto, não condiz com as escrituras. Tânis é muito antiga para estar inserida na cronologia da Bíblia que menciona a relíquia.

Arca da Aliança — Foto: Reprodução

Foto: Reprodução/Monet.

Medalhão do Cajado de Rá

Outro item do primeiro filme da série, o medalhão possui diversas referências a Rá, deus do Sol do Egito Antigo, representado por um falcão. Apesar disso, a relíquia é completamente fictícia, não possuindo inspiração em algum artefato egípcio específico.

No filme, o disco com a imagem da ave e um cristal vermelho no lugar dos olhos é a principal forma de localizar a arca. Na posse do medalhão e do cajado, Jones consegue fazer com que a luz do sol passe pela pedra vermelha. Os raios, então, revelaram o local do Poço das Almas, onde o protagonista poderia, finalmente, encontrar o objeto perdido.

Indiana Jones com o Cajado de Rá — Foto: Reprodução

Foto: Reprodução/Monet.

As cinzas de Nurhachi

Xangai, na China, é o palco do início das aventuras em ‘Indiana Jones e o Templo da Perdição’, segundo filme da franquia. As primeiras cenas mostram o herói em uma tentativa de trocar um diamante por uma relíquia misteriosa: uma urna com as cinzas do imperador Nurhachi. Mas até onde essa história é verdadeira?

De fato, Nurhachi existiu. Ele foi um Líder Manchu responsável pela criação de uma dinastia na era imperial da China. Para tomar controle de todo o território chinês, o imperador se envolveu em batalhas que resultaram em ferimentos graves e na sua morte.

No entanto, é pouco provável que Nurhachi tenha sido cremado, como é sugerido no filme. Estudos e guias turísticos da região apontam que o líder foi enterrado em um mausoléu próximo à região de Mukden, assim como outros imperadores do mesmo período histórico.

Urna com as cinzas de Nurhachi — Foto: Reprodução

Foto: Reprodução/ Monet.

Diamante do olho do pavão

O diamante em posse de Jones na cena de Xangai não teve sua importância revelada durante o filme. No entanto, a série de televisão ‘O Jovem Indiana Jones’ mostra que, no universo da franquia, a pedra preciosa pertenceu a Alexandre, o Grande e era chamada “Diamante do Olho do Pavão”.

Não há registros da existência do artefato, nem de seu pertencimento ao rei da Macedônia. A história adicional do item foi criada para justificar os atos violentos do protagonista no início de ‘O Templo da Perdição’. Parte dos fãs preferia que Indiana Jones seguisse como o mocinho no enredo. Atribuir mais importância ao diamante daria razão ao personagem de Ford, que utilizou até espetos de carne para ferir seus rivais após ser envenenado.

Diamante do olho do pavão — Foto: Reprodução

Foto: Reprodução/Monet.

Pedras de Sankara

Ainda no segundo longa da série, o público é apresentado às Pedras de Sankara, detentoras de poderes místicos. Mola Ram, antagonista do filme, rouba uma delas de um vilarejo indiano, fazendo com que Indiana Jones se aventure para recuperar o artefato e devolvê-lo ao local de origem.

A inspiração dos itens vem do hinduísmo, mais especificamente do Lingam de Shiva. O item representa a divindade Shiva e a energia de Deus. Além da misticidade, a estética do objeto também serviu como base para a produção de ‘O Templo da Perdição’, dada a semelhança entre os elementos reais e cenográficos.

Indiana Jones com as pedras de Sankara — Foto: Reprodução

Foto: Reprodução/Monet.

Santo Graal

Em mais uma pitada de referências medievais, ‘Indiana Jones e a Última Cruzada’ traz a busca pelo Santo Graal, nome dado na mitologia ao cálice utilizado por Jesus Cristo na Última Ceia. No filme, assim como na literatura e nas lendas, a relíquia teria pertencido a José de Arimateia, que o utilizou para recolher o sangue de Jesus após a crucificação. Sua existência ainda é alvo de debates.

Cruz de Coronado

O Santo Graal não é a única relíquia presente no terceiro longa. Em um flashback, vemos o protagonista lutando pela Cruz de Coronado. Seguindo a mitologia de Indiana Jones, o artefato pertenceria ao explorador espanhol Francisco Vázquez de Coronado. Embora o personagem histórico realmente exista, não podemos dizer o mesmo sobre sua cruz.

Uma possível inspiração visual é a Cruz de Justino II, localizada na Basílica de São Pedro. Supostamente, o item conta com pedaços da cruz onde Jesus foi crucificado, acrescentando mais referências religiosas ao filme.

Caveira de cristal

O artefato que dá nome ao quarto filme de Indiana Jones tem origens brasileiras… ou quase isso. Ao lado de Mutt Williams, o herói viaja ao Peru em busca da caveira de Akator, nome de uma cidade perdida na região da Floresta Amazônica.

A caveira de cristal, de fato, existe, mas sem propriedades místicas. Além disso, diferente do que menciona o enredo, os objetos não são peruanos. As esculturas verdadeiras vieram de pedras encontradas no Brasil. Eugene Boban, artista francês fascinado por produções astecas, teria construído as caveiras com base na arte que admirava, confundindo pesquisadores.

Caveira de cristal — Foto: Reprodução

Foto: Reprodução/Monet.

Fonte: Revista Monet.

FONTE: terrabrasilnoticias.com

FONTE: terrabrasilnoticias.com

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Elas existem? A verdade sobre as relíquias citadas nos filmes Indiana Jones