Eleitora foi flagrada com dispositivo utilizado para filmar comprovação de voto no candidato
Em todas as eleições, a Justiça Eleitoral pega candidatos tentando comprar votos, o que é crime. Dessa vez, essa prática virou tecnologia pura. Em Ourilândia do Norte (PA), eleitores venderam seus votos a um candidato a vereador da cidade e foram pegos utilizando óculos com microcâmera. O motivo? Garantir que tinham votado nesse candidato.
O candidato em questão é Edivaldo Borges Gomes, conhecido como Irmão Edivaldo (MDB). Já os óculos foram percebidos por uma mesária, segundo o g1. Além disso, mais de uma pessoa entrou na mesma seção eleitoral com o dispositivo.
Óculos com microcâmera acoplada usada para confirmar venda de voto
- À polícia, a mesária disse que, “em determinado momento, observou um eleitor portando óculos com espessura extensa;
- E, depois de alguns instantes, uma adolescente estava com o mesmo objeto no bolso”;
- A seguir, ela abordou a eleitora e acionou funcionários da Justiça Eleitoral, que perceberam a presença de uma câmera no objeto;
- A eleitora, por sua vez, informou que uma pessoa desconhecida lhe ofereceu R$ 200 para que ela votasse em Irmão Edivaldo. Contudo, ela só receberia a quantia mediante a prova, em formato de vídeo feito com os óculos, de que tinha mesmo votado no candidato;
- Edivaldo, por sua vez, foi preso em flagrante e solto após pagar fiança. Ele deve responder pelo crime de compra de votos e associação criminosa;
- Cinco dias após sua reeleição, ele se defendeu das acuações em sessão ordinária realizada na Câmara dos Vereadores municipal.
Outro caso de suposta compra de votos
A disputa à prefeitura mais acirrada do País foi Nova Olinda do Maranhão (MA), onde o candidato Ary Menezes (PP) venceu por apenas dois votos de diferença, ficando com 50,01% do total. Thaymara Amorim ficou em segundo, com 49,99%.
O problema é que, após a eleição, algumas pessoas afirmaram que venderam seu voto para o candidato vencedor. E o pior: passaram a receber ameaças e represálias.
Um desses eleitores é Danilo Santos, que acusa Menezes, o vice da chapa Ronildo da Farmácia (MDB) e a aliada do candidato Clélia Barros (Republicanos). Eles teriam ido à casa dele para comprá-lo. O eleitor solicitou materiais de construção em troca e teria sido garantido que receberia os itens.
Porém, Santos afirmou não ter recebido tudo o que foi combinado e mudou seu voto. Dois dias após a eleição, um caminhão da prefeitura teria ido à casa dele e retirado os materiais.
Quem também conta ter sido ameaçada foi a pescadora Luciane Souza Costa, que decidiu não votar em Menezes e nem na candidata a vereadora indicada por ele, mesmo após o marido da pescadora ter recebido dinheiro para votar neles.
Ela, então, filmou um homem, com o número do candidato em seu peito, ameaçando-a. Ela publicou o vídeo nas redes sociais. Segundo ela, “[ameaçaram] eu, meu marido e minhas filhas. Que se a gente não votasse neles, eles iam matar a gente”
Os acusados na cidade maranhense negaram veementemente as acusações. Menezes, atual prefeito, disse, em nota, que “a compra e venda de votos compromete a democracia do pleito e deve ser apurada pela Justiça Eleitoral”, colocando-se à disposição para esclarecimentos.
Por sua vez, Ronildo afirmou: “Eu dou a garantia que da minha parte e da parte do Ary, 100% de certeza que não oferecemos dinheiro em troca de votos para ninguém. Fizemos uma campanha limpa, está entendendo?”
Também por nota, a defesa de Barros afirmou que “Clélia não tem conhecimento sobre a captação ilícita de votos apontada na reportagem” e que “a cliente tem a vida pública pautada por honestidade, sempre respeitando os pilares da democracia”.
Fonte: Olhar Digital Por Rodrigo Mozelli