
Foto: Otan
As fábricas de armas da Europa estão se expandindo a três vezes a taxa de tempos de paz, o que representa o rearmamento em uma escala histórica, de acordo com uma análise do jornal britânico Financial Times de dados de satélite cobrindo 150 instalações de 37 empresas.
A atividade de construção em instalações europeias de armas entrou em alta velocidade desde a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia em 2022.
“Os dados mostram que o renascimento da defesa há muito prometido na Europa, impulsionado por uma injeção de subsídios públicos, está começando a se materializar não apenas na retórica política ou nas promessas de gastos, mas também no concreto e no aço.
Isso ocorre no momento em que os governos da União Europeia (UE) discutem sobre como sustentar as entregas de armas a Kiev, bem como reconstruir seus próprios estoques, diante de um compromisso potencialmente vacilante dos Estados Unidos.
O FT rastreou mudanças em locais associados à produção de munições e mísseis, dois gargalos no apoio do Ocidente à Ucrânia.
Os satélites Sentinel-1, operados pela Agência Espacial Europeia, disparam pulsos de radar (breves rajadas de energia eletromagnética) e registram seus ecos (sinais refletidos) que podem revelar alterações na superfície. Os dados sugerem que cerca de um terço dos locais revisados mostraram sinais de expansão ou trabalho de construção”, analisou o jornal britânico.
A escala e a distribuição do trabalho detectados sugerem que a Europa vem saindo da produção imediatista de tempos de paz para a construção de uma base industrial capaz de sustentar a defesa dos países em uma guerra duradoura.
William Alberque, membro adjunto sênior do Fórum Ásia-Pacífico e ex-diretor de controle de armas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), disse ao FT:
“Estas são mudanças profundas e estruturais que transformarão a indústria de defesa em médio e longo prazos. Uma vez que você está produzindo projéteis em massa, os metais e explosivos começam a fluir, o que reduz o custo e a complexidade da produção de mísseis.”
A maioria dos grupos de defesa se recusou a comentar as revelações, citando preocupações de segurança.
A fotografia das instalações confirmou, segundo o jornal britânico, que as mudanças foram impulsionadas por escavações antes de obras, novos edifícios, novas estradas sendo pavimentadas e construção.
Entre as instalações com a maior expansão está um projeto conjunto entre a gigante de defesa alemã Rheinmetall e a empresa de defesa estatal húngara N7 Holding, que construíram um vasto local de produção de munições e explosivos em Várpalota, no oeste da Hungria.
A análise do FT detectou expansões de instalações em países como França, Reino Unido, Espanha, Itália, Alemanha, Polônia, Suécia e Finlândia.
Fonte: O antagonista
Fonte: Diário Do Brasil