Por Andrea Ladislau
Pense comigo: o caminho de construção de uma vida mais leve está totalmente ligado ao processo de desconstrução de todas as narrativas que construímos ao longo do tempo, sobre como deveríamos ser para ser bons e como as coisas deveriam ser para ser boas.
São essas construções que tornam nossas vidas pesadas.
Passamos a vida toda no piloto automático, apenas reagindo ao que acontece e comparando nossos resultados àquilo que nossas mentes nos dizem que seria o ideal.
Esquecemos que o ideal vem de uma ideia construída sobre algo, e faz parte da maturidade emocional desconstruirmos essa ideia quando ela não cabe mais em nossas vidas, ou em nossas costas.
E essas ideias, essas narrativas construídas sobre como as coisas devem ser e como nós devemos ser, foram construídas enquanto verdadeiras estratégias de sobrevivência, por uma criança pequena que estava desvendando sua forma de existir no mundo e ser amada.
Mas hoje você não é mais aquela criança, e o primeiro passo é descobrir quem você é hoje. E estou falando de ganhar clareza sobre o que você realmente quer e o que te motiva a querer. E enquanto nossos quereres forem guiados por essas narrativas “desatualizadas”, vamos construir uma vida baseada no medo, pois foi o medo o pano de fundo de todas as estratégias que desenvolvemos na vida.
Uma coisa é certa: apenas será possível despertar e enxergar a realidade como ela é, não como você gostaria ou como um dia acreditou que fosse. O que torna a vida mais leve é a aceitação do que é.
Enfim, vou deixar aqui alguns aspectos que costumamos ignorar, mas precisamos refletir sobre eles sempre, para construir essa leveza:
De alguma forma criamos expectativas até mesmo quando esperamos não criar nenhuma. Mesmo que de forma automática esperamos desfechos positivos ou negativos das situações que vivenciamos ou imaginamos que vamos experimentar.
Não podemos prever ou controlar todos os fatores envolvidos nessas situações, por isso que existem quebras nessas expectativas.
As frustrações fazem parte da vida, mesmo com muito esforço não podemos nos proteger totalmente disso. Aliás, passar por elas é importante para o nosso desenvolvimento.
Além de viver uma frustração, precisamos elaborar, transformar essa vivência em algo, seja um aprendizado ou uma atitude prática.
Não precisamos alimentar culpas, mas compreender qual o nível de responsabilidade nos cabe sobre os problemas que enfrentamos.
Na teoria tudo pode parecer mais simples, mas viver envolve complexidade e diferentes níveis de dificuldades.
Aceitar a realidade não significa conformismo ou ausência de questionamentos críticos. Você aceita que algo é real para que assim possa se comprometer em buscar mudanças.
Desperte para se conhecer melhor, se aceitar mais e viver a vida mais leve que você quer viver, voltada para o autoconhecimento, a educação Emocional e a possibilidade de construir a sua melhor versão, sem pesos e sem dores desnecessárias.
Pense nisso!
Dra. Andrea Ladislau | Psicanalista
Psicoterapeuta | Psicanalista e Neuropsicóloga
Especialista em Saúde Mental e Comportamental