Segundo um estudo, março foi o mês de maior ocorrência de auroras ao longo de 75 anos, devido a distúrbios geomagnéticos na Terra nessa época

Você sabia que estamos no melhor mês do ano para se observar auroras? Um estudo feito por um físico solar aposentado da NASA chamado David Hathaway, com base em observações de 1932 a 2007, mostra que março tem mais dias geomagneticamente ativos do que qualquer outro mês do ano. 

De acordo com registros históricos, distúrbios geomagnéticos são quase duas vezes mais prováveis durante os equinócios (março/abril e setembro/outubro) do que nos demais meses.

Crédito: David Hathaway, físico aposentado da NASA

Em 2024, o equinócio de março será no dia 20, à 00h06. Nesta data, dia e noite são iguais (saiba mais aqui). A partir de então, as noites começam a aumentar dia após dia. No hemisfério sul, é chamado de Equinócio de Outono. Já no hemisfério norte, é o Equinócio de Primavera.

Depois de março, o segundo mês com maior registro de auroras ao longo de 75 anos foi outubro. Mesmo jatos de material solar fracos são capazes de provocar auroras nessas épocas, como resultado do chamado efeito Russell-McPherron, que eleva a atividade geomagnética nos dias em torno dos equinócios, causando rachaduras na magnetosfera do planeta, o que aumenta a ocorrência das luzes do norte.

Aurora tênue fotografada em Woodlands, Manitoba, Canadá. Crédito: Brandee Broadfoot via Spaceweather.com

O que são auroras?

Fenômeno óptico que ocorre em latitudes extremas do globo terrestre, a aurora (boreal, quando formada no norte e austral, quando é formada no sul) é frequentemente visível a olho nu e é avistada nos céus noturnos. Apesar de geralmente apresentarem uma cor esverdeada leitosa, essas luzes também podem exibir tons de vermelho, azul, violeta e rosa. 

Belíssimo registro de uma aurora formada no céu da Estônia. Crédito: Kairo Kiitsak

Como as auroras se formam:

  • O Sol tem ciclos de 11 anos de atividade solar;
  • Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
  • Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
  • No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia;
  • À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
  • De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas, principalmente elétrons e prótons, para fora da estrela em jatos de plasma (também chamados de “ejeção de massa coronal” – CME);
  • Os clarões (sinalizadores) são classificados em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;
  • Se o jato estiver voltado para a Terra, a magnetosfera do planeta desvia a maioria das partículas, embora algumas consigam penetrar na atmosfera ao seguir as linhas magnéticas, especialmente nas regiões polares.
  • Ao penetrar na atmosfera, as partículas reagem com moléculas ali presentes, produzindo as auroras.

Cores padrão das auroras:

  • Verde: excitação de átomos de oxigênio na atmosfera por partículas de alta energia;
  • Vermelho: excitação de átomos de oxigênio na atmosfera por partículas de baixa energia em altitudes mais elevadas;
  • Azul e roxo: excitação de átomos de nitrogênio na atmosfera por partículas de alta energia;
  • Rosa: excitação de átomos de oxigênio na atmosfera por partículas de baixa energia em altitudes mais elevadas.

Por Flavia Correia

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Este é o melhor momento para observação de auroras
Foto: Juan Carlos Casado/APOD/NASA