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A família da publicitária Juliana Marins, que morreu ao percorrer uma trilha na Indonésia, acionou a Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro para solicitar à Justiça Federal a realização de uma nova autópsia no Brasil. O pedido foi encaminhado com o apoio do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM), vinculado à Prefeitura de Niterói.
Mariana Marins, irmã da vítima, divulgou a informação por meio de um perfil nas redes sociais criado para acompanhar o caso. Em entrevista à emissora CNN nesta segunda-feira, 30, ela disse que a família aguarda uma decisão judicial nas próximas horas e mantém confiança na atuação do Judiciário brasileiro.
“Queremos uma nova autópsia para entender melhor o que aconteceu com Juliana”, afirma. “Infelizmente, convivemos com descaso do início ao fim desde o acidente. Nosso objetivo é apenas entender se tem algo que passou batido ou foi mal interpretado na primeira autópsia.”
Em publicações anteriores, ela já havia relatado dificuldades para confirmar o voo de repatriação do corpo. “Estamos tentando confirmar o voo que trará Juliana para o Brasil, para o aeroporto do Galeão. Porém, a Emirates de Bali não quer confirmar o voo”, declarou. “É descaso do início ao fim.”
Juliana Marins, natural de Niterói (RJ), morreu no último dia 20, depois de despencar de uma altura de cerca de 300 metros enquanto fazia uma trilha no Monte Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia. Ela viajava pela Ásia desde fevereiro, com passagem por países como Filipinas, Tailândia e Vietnã.
O resgate do corpo levou quase quatro dias, em parte devido às condições extremas do local, como neblina intensa, pedras escorregadias e terreno íngreme. A precariedade das operações de salvamento também dificultou os trabalhos.
A autópsia realizada na Indonésia apontou traumatismo por força contundente como causa da morte, em decorrência da queda. No entanto, o laudo final ainda depende dos resultados de exames toxicológicos, que podem levar até duas semanas — embora não haja suspeitas de intoxicação nem uso de substâncias.
Autoridades tomam parte na repatriação e sepultamento de Juliana
A Prefeitura de Niterói disse ter arcado com R$ 55 mil em despesas para a repatriação dos restos mortais e os trâmites funerários no Brasil. O valor também cobre os custos do sepultamento de Juliana, que será velada em sua cidade natal. O anúncio foi feito na última quarta-feira, 25.
O presidente Lula determinou que o Ministério das Relações Exteriores prestasse todo o apoio necessário à família. Um decreto publicado no Diário Oficial da União autorizou, inclusive, o custeio do traslado de corpos de brasileiros falecidos no exterior — medida antes vedada pelas normas federais.
Em homenagem à publicitária, o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), anunciou que o Mirante e a Praia do Sossego, em Camboinhas, passarão a levar o nome de Juliana Marins. Segundo ele, é uma forma de preservar a memória da jovem e o carinho que ela tinha pelo local.
A tragédia reacendeu o debate sobre a segurança nas trilhas do Monte Rinjani, que, desde 2020, já registrou oito mortes e cerca de 180 acidentes. Viajantes e especialistas denunciam a falta de sinalização, a demora nos resgates e a ausência de equipamentos adequados como fatores recorrentes nas ocorrências.
Fonte: Revista Oeste
Fonte Diário Brasil