A Federação Internacional do Automóvel (FIA), órgão dirigente da Fórmula 1, anunciou na quinta-feira (23) que irá testar durante o Grande Prêmio de Abu Dhabi, que encerra a temporada neste fim de semana, uma inteligência artificial (IA) capaz de monitorar violações dos limites da pista. Segundo a Reuters, objetivo da associação é otimizar o processo de avaliação dos delitos e diminuir o número de infrações.
O que você precisa saber:
- A IA da F1 deve resolver as violações principais, como quando os pilotos cruzam a linha branca na borda da pista com as quatro rodas tentando obter vantagem;
- A tecnologia é baseada em Visão Computacional. Ela analisa e calcula o número de pixels que passam pela borda da pista;
- Decisão do órgão de adotar IA vem após o Grande Prêmio da Áustria, que ocorreu em julho, somar uma avalanche de cerca de 1.200 possíveis violações, com apenas quatro pessoas para avaliar e processar todas as infrações.
O campeonato no Catar também apresentou alguns problemas, embora tivesse uma equipe maior. Já no Grande Prêmio dos Estados Unidos, em outubro, algumas violações chegaram a ficar impunes. A partir disso, os responsáveis reconheceram que teriam de encontrar uma nova abordagem.
Eles não querem usar a Visão Computacional para diagnosticar o câncer, o que eles querem fazer é usá-la para descartar 80% dos casos em que claramente não há câncer, a fim de dar às pessoas bem treinadas mais tempo para olhar os outros 20%. E é isso que estamos almejando.
Tim Malyon, chefe de operações remotas (ROC) e vice-diretor de corrida da FIA.
Conforme Malyon, na Fórmula 1 a tecnologia será aplicada para identificar melhor se há ou não infração das regras, possivelmente reduzindo essa demanda, além de otimizar o processo de análise, feito manualmente pela equipe responsável.
O maior imperativo é expandir as instalações e continuar investindo em software, porque é assim que faremos grandes avanços. Eu já disse várias vezes que o ser humano está ganhando neste momento em certas áreas. Esse pode ser o caso agora, mas sentimos que, em última análise, os sistemas de policiamento automatizados em tempo real são o caminho a seguir.
A lição final para mim é estar aberto a novas tecnologias e continuar a evoluir.