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A cobertura sobre os protestos da oposição no Congresso Nacional aponta um alinhamento notável na escolha de termos pelos principais veículos de comunicação.
Apesar de pertencerem a grupos diferentes e de possuírem linhas editoriais distintas, jornais, portais e revistas passaram a utilizar expressões idênticas para descrever os acontecimentos, consolidando uma narrativa uniforme.
As manchetes e chamadas de Brasil de Fato, UOL Notícias, Estadão, Correio do Povo, Rede 98, Valor Econômico, InfoMoney, Agência Brasil e Veja convergem na adoção da palavra “motim” para caracterizar as ações dos parlamentares de oposição.
Entre os principais trechos repetidos está a aplicação sintática de ‘motim’:
“motim no plenário” — Brasil de Fato, UOL Notícias
“podem ser punidos por motim” — Estadão
“após motim” — Correio do Povo
“motim na Câmara” — Rede 98, Veja
“motim de bolsonaristas” — Valor Econômico
“motim da oposição” — Agência Brasil
“durante motim” — InfoMoney
Nos títulos e chamadas publicados, o emprego do termo “motim” —definido como ato coletivo de insubordinação contra autoridade constituída— recai sobre a cobertura um enquadramento que associa a atuação da oposição no Congresso a um ato de ruptura da ordem e quebra de decoro parlamentar.
A escolha lexical, de forte carga depreciativa, sugere não apenas a gravidade do ocorrido, mas também respalda a leitura de que os envolvidos devem ser submetidos a altas punições, alinhando a narrativa à intenção de caracterizar o movimento como passível de punição institucional.
Fonte: Conexão Política
Fonte: Diário Do Brasil