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A Justiça de São Paulo mandou soltar, na tarde de quinta-feira (17), um motorista de caminhão preso em flagrante com 800 quilos de cocaína no interior de São Paulo, carga avaliada em R$ 50 milhões. Em decisão, a juíza Alessandra Mendes Spalding afirmou que, apesar de grave, o “caso concreto revela elementos que indicam a possibilidade de concessão de liberdade provisória”.

Victor Gabriel Alves, que confessou o crime, exercia a função conhecida como “mula”, responsável pela logística da droga. Segundo seu relato, ele recebeu R$ 15 mil para transportar 800 tijolos de cocaína escondidos em uma carga de polenta. Alves já se encontra em liberdade.

Alves foi preso na quarta-feira (16) na cidade de Ipaussu, no interior de São Paulo. Os policiais militares que fizeram a apreensão afirmaram que estavam fazendo patrulhamento de rotina nas rodovias da região de Ourinhos quando receberam uma informação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) de que um caminhão estaria transportando substâncias ilícitas na região.

Os agentes deram ordem de parada ao motorista do caminhão, que ignorou os sinais e fugiu. Em depoimento à polícia, o motorista disse que foi contratado por um homem de Londrina, identificado como “Barata”, para levar a droga até Diadema, na Região Metropolitana de São Paulo.

Alves disse que começou a trabalhar como caminhoneiro aos 18 anos, realizando fretes de mercadorias lícitas. Com a ajuda da mãe, adquiriu uma van financiada, com a qual passou a trabalhar transportando produtos de e-commerce. Em 2021, “devido a dificuldades financeiras”, precisou vender a van, mas conseguiu comprar um caminhão financiado. Ele afirmou que, devido a dificuldades financeiras, passou a transportar drogas.

Soltura
A prisão em flagrante foi aceita pela Justiça, mediante a confissão e as provas. A juíza Alessandra Mendes Spalding, entretanto, não converteu para preventiva, e Alves foi solto menos de 24 horas depois da apreensão da carga.

A magistrada reconhece na decisão que o crime de tráfico de drogas é “grave” e ressalta a grande quantidade apreendida. Mas afirma que Victor é réu primário, conta com residência fixa, é casado, pai de dois filhos e demonstra “laços sólidos com a comunidade”.

A juíza diz que não há indícios de que Alves faça parte de uma organização criminosa ou se dedica ao crime “com habitualidade”. Ela usou o “princípio da proporcionalidade” para negar a prisão preventiva.

“As circunstâncias do flagrante indicam que o acusado foi colaborativo com as investigações, confessando que foi contratado para transporte da carga ilícita e dando detalhes de como tudo ocorreu, o que contribui para afastar o risco de que sua liberdade possa representar uma ameaça às investigações ou ordem pública”, escreveu.

A defesa de Victor não foi localizada. O espaço permanece em aberto. Fonte: O Globo

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Justiça libera motorista detido em flagrante com 800 kg de cocaína.