Ricardo Stuckert/PR

Pauta prioritária para o governo do presidente Lula (PT) e parte dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a rígida regulação das redes sociais foi abraçada mais enfaticamente nos últimos dias pela primeira-dama Janja da Silva.

Duas semanas atrás, Janja cometeu uma gafe durante jantar com o ditador da China, ao reclamar diretamente a Xi Jinping alegando que o algoritmo da plataforma chinesa TikTok estaria favorecendo publicações da direita.

Dias depois, a primeira-dama concedeu uma entrevista à Folha de S. Paulo defendendo o modelo chinês de controle estatal da comunicação – as restrições à liberdade de expressão e ao direito à informação pelo Partido Comunista Chinês (PCC) são consideradas um dos modelos de censura mais rigorosos do mundo.

“Tem toda uma regulamentação e, se não seguir a regra, tem prisão. Por que é tão difícil a gente falar disso aqui? Não é uma questão de liberdade e de expressão, a gente está falando de vida e de crianças e adolescentes”, disse Janja.

A oposição ao governo Lula no Congresso tem criticado tentativas de regulação das redes sociais no Brasil sob a alegação de que a medida restringiria o debate público, silenciaria críticas ao governo e ao STF e criaria um ambiente de autocensura, em que as pessoas evitam expressar opiniões legítimas por medo de punições. É exatamente esse o cenário em que se encontra hoje a China, sob o domínio do Partido Comunista desde 1949.

“O Partido Comunista permite uma liberdade econômica, mas há fortes restrições a qualquer manifestação política que vá contra o regime. Ir contra isso significa ser levado a ‘campos de reeducação’, que na verdade são prisões”, explica Luís Alexandre Carta Winter, professor da Escola de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).

Fonte: Gazeta do Povo

Fonte Diário Brasil

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Modelo chinês de censura inspira planos defendidos por Janja: ‘se não seguir a regra, tem prisão’