Um pouco mais de um ano de pandemia e parece que o Brasil está no mesmo lugar quando começou. Cidades decretando novas regras de isolamento social, lockdowns, feriados prolongados, entre diversas outras medidas para tentar conter o avanço do vírus que já tirou a vida de mais de 300 mil brasileiros.
O isolamento social afetou as pessoas em diversas áreas, mas a saúde mental da população foi uma das que mais foi impactada. Mudanças de rotina, estresse, perda de segurança financeira, incertezas, falta de contato afetivo e a perda de senso de identidade são alguns fatores que agravaram a situação.
As empresas começaram a olhar para a saúde mental de seus funcionários de uma forma diferente, pois perceberam que o cumprimento de metas estava diminuindo e a qualidade do trabalho estava sendo afetada. Segundo a pesquisa Gestão de Pessoas na Crise de Covid-19, da Fundação Instituto de Administração (FIA), 75% das empresas no Brasil desenvolveram iniciativas para cuidar da saúde mental dos colaboradores. A preocupação tem fundamento, já que o vírus traz consigo questões delicadas como o luto, a solidão, a insegurança financeira e o medo de ficar doente.
“Em momentos como esse que estamos passando, em que a solução está fora do nosso controle, é normal que o pessimismo e o medo tomem conta dos pensamentos. Durante episódios assim, é necessário – mais do que nunca – cuidar da saúde mental, tanto sua como a de pessoas próximas a você. Contar com o auxílio profissional nessas horas é fundamental e as empresas perceberam isso a tempo de ajudarem seus colaboradores”, afirma Bruno Haidar, cofundador da OrienteMe.
A OrienteMe é uma plataforma de psicoterapia online voltada para empresas que querem oferecer a seus colaboradores terapia e em 2020, apresentou um crescimento de 1.500% em relação ao ano de 2019.
“Somos uma startup que faz o mapeamento completo da saúde emocional dos colaboradores e identificamos os riscos que a equipe está apresentando em relação à saúde emocional e apresentamos às empresas um plano de ações para obterem uma melhora nos principais indicadores do mapeamento. Além disso, oferecemos um painel corporativo que apresenta indicadores de perfil, evolução dos principais indicadores da saúde emocional dos colaboradores e oferecemos atendimento psicológico personalizado, onde é possível que o colaborador encaminhe mensagens ilimitadas ao psicólogo e realize sessões de videochamadas”, conta Bruno.
As circunstâncias atuais provaram que cuidar do equilíbrio emocional é uma necessidade que não pode mais ser adiada. As consultas tiveram um aumento de 1100% na plataforma de um ano para cá, com mais de 1 milhão de mensagens trocadas entre pacientes e psicólogos.

Boas práticas para melhorar a saúde mental no trabalho
A empresa que se preocupa com a saúde mental de seus colaboradores, deve se atentar a alguns pontos e oferecer, por exemplo, benefícios e suporte de serviços à saúde para fazer com que eles se cuidem sem precisar gastar, já que questões financeiras também são algumas das razões para eles não procurarem ajuda.
Além disso, é importante criar maneiras de reconhecer o esforço dos colaboradores, pois grande parte da desmotivação de um trabalho é causada pela falta de reconhecimento. Reconhecer o valor deles por meio de feedbacks positivos, brindes, dar destaques entre os times, bônus em dinheiro é um gesto de ajuda.
É importante também investir na comunicação entre colaboradores e gestores, pois quando ela é arbitrária, profissionais tendem a se frustrar e construir relações tóxicas nas empresas, porém, quando construída uma boa relação essa pode ser um primeiro passo para a conversa sobre saúde emocional e a busca por ajuda.
O dia a dia de uma empresa, em situação habitual, já pode ser muito estressante, por isso a saúde mental já é um tema que merece ser debatido.
Isso infelizmente se agrava no contexto atual. Imersos em uma pandemia de coronavírus e forçados a trabalhar em casa, o medo e a incerteza do que vem pela frente tendem a desencadear crises e doenças mentais em grande parte das pessoas. “Por isso discutir o assunto e buscar soluções nunca foi tão relevante para as empresas e para a sociedade de maneira geral”, finaliza Bruno.

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Na pandemia, 75% das empresas buscaram  iniciativas pelos funcionários