Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O ex-procurador da Lava Jato e membro do partido Novo, Deltan Dallagnol, respondeu a uma publicação no X que registrava o encontro do Relator Especial para a Liberdade de Expressão (RELE) da CIDH (Corte Interamericana de Direitos Humanos), Pedro Vaca Villareal, com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, para conversar sobre “liberdade de expressão no país”.

Deltan listou episódios de supostas violações processuais e ilegalidades promovidas por Moraes, desde 2019, entre as quais as alegadas “censuras nas redes sociais por conteúdos e discursos que não são lícitos nem criminosos”.

“Curiosidade: O ministro contou ao relator que prendeu Filipe Martins ilegalmente, sem denúncia, por seis meses, utilizando como fundamento uma informação fraudada?

Contou que Mauro Cid e Anderson Torres também ficaram meses presos sem denúncia?

Contou que Silvinei Vasques ficou mais de um ano preso sem denúncia, assim como Débora Rodrigues, Jackson Rangel e dezenas de outros presos do 8 de janeiro?

Será que ele contou ao relator que intimou o X e o Elon Musk por tweetada?

Contou que inventou um grupo econômico inexistente entre X e Starlink para bloquear quase R$ 30 milhões da Starlink e forçar Musk a obedecer suas ordens ilegais?

Será que ele contou que se reúne periodicamente com Lula, o PGR, o diretor da PF e outros ministros do STF para conversarem sobre “avaliação de cenário”?

E será que ele contou que, desde 2019, vem censurando pessoas nas redes sociais por conteúdos e discursos que não são ilícitos nem criminosos, violando a lei brasileira, que proíbe censura prévia e o bloqueio de perfis inteiros nas redes?

Na publicação, Deltan sugeriu que nenhum dos episódios citados foi revelado ao relator da CIDH.

Poderia ficar o dia inteiro aqui fazendo outras perguntas tão pertinentes quanto, mas vocês já entenderam qual é a ideia”, escreve Deltan.

Conversa com ministros
O Supremo divulgou uma nota com um resumo do que foi conversado entre Vaca Villareal e os dois ministros da Corte nesta segunda, 10.

De acordo com a publicação, Barroso explicou ao relator o “conjunto fatos ocorridos no país que colocou em risco a institucionalidade e exigiu a firme atuação do Supremo“, em referência aos episódios de ataque à Praça dos Três Poderes e os desdobramentos.

Além disso, o presidente do STF teria ditado a Vaca Villareal que havia um planejamento para a morte do presidente Lula (PT), do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes, conforme indicou a Operação Contragolpe, da Polícia Federal (PF).

Segundo a nota, Moraes expôs as circunstâncias que levaram à suspensão da rede social X“, que pertence ao bilionário e membro do governo americano, Elon Musk, em 30 de agosto do ano passado.

O ministro fez um balanço sobre as mais de 1.900 denúncias em decorrência do ataque à Praça dos Três Poderes e defendeu a legalidade dos inquéritos.

“Em todos esses casos, houve acompanhamento da Procuradoria-Geral da República e das defesas, tendo havido mais de 70 recursos julgados em colegiado. Ou seja, em nenhum caso, os processos foram de natureza secreta para as partes envolvidas“, diz trecho

Fonte: O antagonista

Fonte Diário do Brasil

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O que Moraes não falou ao relator da CIDH