21% dos hospitais têm estoque de oxigênio para uma semana e 34% para 10 dias, sendo que para 5% o estoque dura menos de uma semana

Levantamento do SindHosp- Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo junto à sua base de hospitais mostra que o atendimento aos pacientes com Covid enfrenta graves entraves como a falta de medicamentos do kit intubação e também oxigênio. A pesquisa teve como respondentes 81 hospitais privados no estado de São Paulo com 6.105 leitos clínicos e 3.236 leitos UTI, que correpondem a uma amostra de 20% dos hospitais da base do SindHosp de 11 dos 17 escritórios regionais de saúde do Estado de São Paulo.
O estoque de medicamentos utilizados nos procedimentos de intubação que possibilita a assistência tem a seguinte duração média segundo os hospitais pesquisados (veja gráfico) O estoque de oxigênio em 6% dos hospitais tem duração de menos de uma semana; 21% têm estoque para uma semana; 34% para 10 dias; 26% para até 15 dias; e até um mês ou mais de um mês, para 13% dos entrevistados.
Os medicamentos estão em falta mesmo com os aumentos de preços: 92% afirmam que os preços dos medicamentos aumentaram. Desse total, 44% afirmam que o aumento foi superior a 100%.

Ocupação de leitos
99% dos hospitais afirmam que aumentou o número de internações nos últimos dez dias. Para atender a demanda, 95% tiveram que aumentar o número de leitos clínicos no período e 89% aumentaram os leitos de UTI;
Na ocupação dos leitos de UTI para Covid a situação é grave: 17% dos hospitais estão com mais de 100% de ocupação dos leitos de UTI e 76% dos respondentes, entre 91% e 100%. A ocupação de leitos clínicos para pacientes Covid é de 100% para 4% dos pesquisados enquanto 75% dos hospitais afirmam que a taxa de ocupação dos leitos clínicos está entre 91% e 100%.

Campanha de utilidade pública
Segundo Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, o sistema entrou em colapso e a única saída é diminuir a pressão de demanda sobre os hospitais. ”Precisamos de um prazo para recuperar nossa capacidade de atendimento, repor estoques e diminuir as internações. Por este motivo, o SindHosp estará lançando nos próximos dias uma campanha de utilidade pública no rádio e TV e pelas redes sociais onde alerta a população – especialmente os mais jovens – para que sigam os protocolos de segurança à saúde: lavagem de mãos, distanciamento e uso de máscaras. Não temos outra alternativa. Nossa campanha é um apelo emocionado dos hospitais, clínicas e laboratórios de São Paulo”, destaca.

Podem aumentar leitos
para atendimento Covid?
Quando questionados se têm condições de aumentar o número de leitos Covid, se necessário, 40% afirmam que sim, mas só leitos de enfermaria; 30% para leitos de UTI e enfermaria e 30% não têm condições de aumentar o número de leitos.

Perfil das internações
93% afirmam que os casos estão mais graves ou apresentam rápida progressão; 85% que aumentou o tempo médio de permanência em UTI; 65% que diminuiu a faixa etária dos doentes e 30% relatam aumento na internação de crianças e adolescentes. Os principais problemas dos hospitais são para a maioria (mais de 80%) o cancelamento de cirurgias eletivas, falta de profissionais de saúde e número de pacientes Covid superior à capacidade de atendimento.

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Pesquisa do SindHosp indica que 52% dos  hospitais têm estoque para até uma semana