Na manhã desta quinta-feira (6/2), a Polícia Federal (PF), em parceria com o Núcleo de Inteligência Previdenciária, desencadeou a segunda fase da Operação Melhor Idade, que investiga um esquema de fraudes envolvendo o Benefício de Prestação Continuada (BPC) destinado a idosos. O grupo teria causado prejuízo de, ao menos, R$ 23 milhões aos cofres públicos.
As investigações apontam para a existência de uma organização criminosa altamente estruturada, com divisão de funções e atuação em diferentes estados. O grupo é suspeito de falsificar diversos documentos, como Certidões de Nascimento, Carteiras de Identidade (RG), Títulos Eleitorais e CPFs, para criar identidades fictícias de supostos idosos com mais de 65 anos, idade mínima exigida para a concessão do benefício assistencial.
Um dos principais mecanismos do esquema era o uso dos chamados “idosos de aluguel”. Essas pessoas emprestavam suas características biométricas, como impressões digitais e fotografias, para conferir aparente legitimidade aos documentos falsificados. Em alguns casos, um mesmo indivíduo figurava em mais de 30 identidades distintas.
A Justiça Federal determinou diversas medidas cautelares, incluindo mandados de busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias, cancelamento de CPFs fraudulentos, suspensão de benefícios irregulares e sequestro de bens.
Investigação
Na fase anterior da operação, realizada em 23 de janeiro de 2024, três pessoas foram presas, e vários documentos falsos, celulares e extratos bancários foram apreendidos.
A análise do material coletado revelou movimentações financeiras incompatíveis com a renda dos investigados, além de indícios de lavagem de dinheiro. Novos benefícios fraudulentos foram identificados, assim como a participação de outros integrantes na organização criminosa.
Mesmo após a primeira fase da ação, os criminosos continuaram a realizar saques de benefícios irregulares. Por isso, na operação deflagrada nesta quinta (6), a Polícia Federal cumpriu novos mandados contra 16 investigados em quatro estados: Piauí, São Paulo, Goiás e no Distrito Federal.
Até o momento, foram identificados 21 “idosos de aluguel”, que ajudaram a criar aproximadamente 285 CPFs e Títulos Eleitorais falsos. Esses documentos foram utilizados para a abertura de contas bancárias e para a inclusão fraudulenta no Cadastro Único do Governo Federal, possibilitando a obtenção de cerca de 259 benefícios do BPC, que concede um salário mínimo por mês aos beneficiários.
Além disso, o grupo também utilizava a margem consignável dos benefícios para contratar diversos empréstimos, ampliando ainda mais o prejuízo aos cofres públicos. O impacto financeiro da fraude é estimado em R$ 23 milhões. Com a atuação da Polícia Federal, foi possível evitar um prejuízo adicional de R$ 35 milhões.
As investigações continuarão para identificar outros envolvidos e desarticular completamente a organização criminosa.
Fonte: Metrópoles
Fonte Diário Do Brasil