Você sabia que existem garrafas de champagne do Titanic em museus até hoje? Esses itens não terem implodido com o naufrágio parece algo confuso e improvável, e a resposta para essa questão não é tão simples. Para isso, primeiro precisamos entender o que é implosão. 

A essa altura, talvez você esteja se perguntando “mas o correto não seria explosão?”, então saiba que: tem diferença! Por definição, implosão é o colapso súbito e violento de um objeto ou estrutura devido à diferença de pressão entre o interior e o exterior.

O que é implosão?

Uma implosão acontece quando a pressão externa é significativamente maior do que a pressão interna. Por isso, a implosão é o oposto da explosão, onde a pressão interna é maior do que a pressão externa. 

Foi o que aconteceu com o famoso submersível Titan da OceanGate, em 2023. O submarino implodiu porque mergulhou mais fundo do que sua estrutura suportava. O fundo do oceano conta com uma pressão extrema, em que a água pressiona o objeto de todos os lados.

A implosão pode resultar no colapso de compartimentos, cascos e outros componentes do navio. Para evitá-la, as estruturas submersas precisam ser projetadas com materiais que suportem a pressão embaixo d’água. No caso dos submarinos, por exemplo, é essa necessidade que faz com que muitos desses veículos tenham uma forma esférica ou cilíndrica.

O Titanic implodiu?

Então, por que o Titan implodiu, mas o Titanic não? Na verdade, algumas partes realmente implodiram, como a popa do navio, a cerca de 60 metros abaixo da superfície. Enquanto isso, algumas partes não implodiram porque o ar foi liberado de dentro, fazendo com que a pressão fosse igual no exterior e no interior. Ou seja: se acontece isso, não há implosão.

E as garrafas?

Os internautas já usaram as redes sociais, como o Reddit, para puxar esse mistério sobre as garrafas do naufrágio ao compartilhar a imagem de um champagne de 1898-1900 recuperado do navio:

Nesse caso, o segredo por trás das garrafas intactas do Titanic está no aumento da pressão interna, causado pelo dióxido de carbono dentro da garrafa. Ao começar a afundar, o risco de implosão da garrafa reduz, à medida que a diferença de pressão entre o interior e o exterior diminui.

Conforme revela o All Sensors, por exemplo, dependendo da bebida e do fabricante, a pressão normalmente pode variar de 70 psi a 90 psi, o que é mais de seis vezes a pressão atmosférica (1 bar). Por ter que suportar mais pressão, o champagne inclusive usa uma garrafa mais pesada do que outras bebidas, como o vinho.

Então por enquanto, parte do mistério está solucionada: as garrafas do Titanic não implodiram devido à pressão interna, e por causa da resistência do vidro (já que são feitos para suportar o máximo de pressão possível). Além disso, vale lembrar que algumas garrafas contam com uma sustentação metálica ao redor do gargalo para segurar a rolha no lugar.

Fonte: RedditQS StudyThe Dropzone ChannelAll Sensors

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Por que as garrafas de champanhe do Titanic não implodiram?
Foto: Moran Avni/Pexels