Encalhamento decorre do desenvolvimento de doenças, caça ilegal, e até por mudanças nas correntes oceânicas; saiba mais
Você provavelmente já viu uma baleia imóvel na areia de uma praia, mas ao contrário do que alguns pensariam, elas não foram parar lá pela vontade de ‘pegar um sol’. Pelo contrário, esse fenômeno é chamado de “encalhamento” e pode acontecer em diferentes regiões por causas que variam desde doenças a caças ilegais e tempestades. A seguir, confira mais informações sobre o porquê as baleias encalham e se há alguma coisa que você possa fazer caso encontre uma neste estado.
Por que razão as baleias encalham?
Uma baleia encalhada é aquela que está presa na areia. Ou seja, o animal se distancia demais da região da água, o que impede sua livre locomoção, e por não conseguir se deslocar da areia de volta para o mar, fica presa. Mas por que as baleias encalham? As causas podem variar bastante, confira algumas explicações:
- Doenças ou ferimentos: problemas de saúde podem afetar a cauda e o corpo do animal, partes fundamentais para fazê-la se mover corretamente. Desta forma, caso ela não consiga nadar direito, isso pode influenciá-la a encalhar –– principalmente se for pega numa corrente oceânica muito forte e não conseguir se desvencilhar, podendo acabar na costa;
- Caça ilegal: a caça de baleias é ilegal em muitas regiões, apesar disso, a prática continua e vitima inúmeros animais diariamente. Se uma baleia é perseguida por um barco e foi ferida por arpões, por exemplo, é provável que acabe encalhando durante o seu percurso de fuga ao buscar por abrigo em regiões mais rasas. Também é possível que o uso de redes muito grandes peguem e prendam as baleias, o que acarretaria na sua morte;
- Dificuldade de navegação: as correntes oceânicas podem mudar e, quando isso ocorre, pode mexer no senso de direção das baleias. Esta confusão também contribui para o processo do encalhamento;
- Tempestades: condições climáticas extremas também afetam o senso de direção e segurança das baleias, o que pode fazê-las buscar abrigo bem longe das águas profundas;
- Intervenções tecnológicas: tanto a marinha quanto indústrias de petróleo possuem tecnologias que, quando utilizadas dentro da água, pode corromper o fluxo de orientação do radar das baleias ou liberar explosões no fundo do mar;
- Intervenções navais: em portos onde há alta circulação de navios e baleias, também é possível que as embarcações agarrem e arrastem as baleias por quilômetros, parando na margem e expondo o corpo do animal.
Onde e com qual frequência isso ocorre?
Embora haja muitas razões que podem levar uma baleia a encalhar –– e isso, por si só, já não é uma coisa fácil de acontecer –– é difícil estabelecer uma média de frequência para que isso aconteça; seja porque elas podem encalhar em praias desertas, porque podem voltar para a água sozinhas caso o nível da água aumente, mas principalmente porque isso só acontece em momentos realmente extraordinários e porque elas têm fluxos migratórios muito variáveis.
Por tudo isso, é difícil definir um local exato onde o encalhamento pode acontecer. Mas se for para estipular, informalmente, é provável que os portos, com alta concentração de baleias (e de navios, os quais podem matá-las) e na época de reprodução, seja um local ideal para admirar as baleias, mas também para, infelizmente, encontrar alguma encalhada.
Como ajudar uma baleia encalhada?
É perigoso chegar perto de baleias encalhadas, pois muitas pessoas não saberão dizer se ela está viva ou não –– e isso é um problema porque as baleias mortas acumulam muitos gases dentro de si, que ocasionalmente explodem o corpo inteiro do animal. Caso elas estejam doentes, é mais um indicativo para manter distância, pois podem contaminar os seres humanos pelas vias respiratórias.PUBLICIDADE
Portanto, o mais indicado é manter uma distância segura e acionar a emergência em busca do número correto para a polícia ambiental e quaisquer outros agentes que possam lidar com a situação de forma correta e segura. Até porque, caso a baleia encalhada ainda esteja viva, será necessário um processo trabalhoso para realocá-la de volta no mar, e um grupo de banhistas não será capaz de fazer isso sozinho.
Por Wagner Edwards, editado por Bruno Ignacio de Lima