O ambicioso projeto de construção das Ilhas Khazar prometia 55 ilhas artificiais, uma torre de 1.000 metros de altura e moradia para 1 milhão de pessoas, mas acabou em ruínas após crise econômica e dívidas bilionárias
As Ilhas Khazar, no Azerbaijão, deveriam ser uma das maiores conquistas da engenharia moderna. O plano incluía 55 ilhas artificiais conectadas por pontes gigantes, uma cidade planejada para abrigar até 1 milhão de pessoas e uma torre que superaria o Burj Khalifa, em Dubai. Um verdadeiro marco da construção mundial.
Mas o que aconteceu com esse projeto ousado? Como um empreendimento tão promissor se tornou apenas um amontoado de estruturas abandonadas?
A grandiosidade por trás da construção das Ilhas Khazar
Inspirado pelas famosas ilhas artificiais de Dubai, o governo do Azerbaijão buscava criar um novo símbolo de prosperidade no Mar Cáspio. O projeto envolvia infraestrutura completa: hospitais, escolas, shoppings, parques, universidades e até mesmo uma pista de Fórmula 1.
No centro de tudo estaria a Torre do Azerbaijão, uma construção monumental de 1.000 metros de altura, projetada para ser o edifício mais alto do mundo. Um sonho de proporções épicas, capaz de colocar o país no mapa global.
O que era para ser a Torre do Azerbaijão
A proposta da torre não se limitava apenas à altura. O edifício seria um misto de espaços comerciais, residenciais e luxuosos hotéis, além de contar com um design à prova de terremotos. A construção seria feita em três fases:
Criação das ilhas artificiais;
Construção da torre e dos empreendimentos residenciais;
Conclusão das comodidades e infraestrutura urbana.
Tudo estava planejado para ser entregue em 15 anos, com início em 2011. O que poderia dar errado?
O início promissor e a queda do projeto
As obras começaram bem, com a criação das ilhas tomando forma no Mar Cáspio. Porém, o Azerbaijão, um país altamente dependente do petróleo, começou a sentir os efeitos da queda nos preços globais. Com o valor do barril despencando, o PIB do país encolheu rapidamente e a moeda desvalorizada gerou um caos financeiro.
Para complicar ainda mais, Haji Ibrahim Nehramli, o líder visionário por trás do projeto, foi preso devido a dívidas astronômicas. Sem liderança e sem recursos, o projeto parou na metade, deixando para trás apenas construções inacabadas e um silêncio desolador.
As ilhas inacabadas: um gigante adormecido
Hoje, as Ilhas Khazar são uma espécie de “fantasma arquitetônico”. Os edifícios incompletos e as ilhas subdesenvolvidas contrastam com a visão inicial de grandeza. O cenário atual é o de um sonho interrompido, um retrato cruel do que acontece quando a construção é afetada por crises econômicas e má gestão.
Comparado às ilhas artificiais de Dubai, que se tornaram um sucesso global, o fracasso das Ilhas Khazar serve como um lembrete brutal: mesmo os maiores projetos precisam de planejamento impecável e recursos sólidos.
As Ilhas Khazar, com seu potencial de 80 bilhões de euros e uma torre de 1.000 metros, poderiam ter transformado o Azerbaijão em um novo polo de inovação. Infelizmente, hoje, elas servem apenas como um lembrete de sonhos não realizados e promessas não cumpridas.
Fonte: CPG
Fonte Diário Brasil