
Por Valcelí Leite
O mundo corporativo não para. Reuniões internacionais, metas agressivas, agendas cheias e viagens que se sucedem sem espaço para pausa. A fábrica — seja ela a indústria real, o escritório de alta gestão ou o mercado em constante movimento — não fecha nunca.
Mas o coração, ao contrário das máquinas, não opera em regime de 24 horas. Ele precisa de descanso, de afeto, de silêncio, de presença.
O paradoxo do sucesso
Muitos executivos e diretores alcançam patamares invejáveis de carreira, mas descobrem que o preço pago é alto demais: ausência nos jantares em família, conversas trocadas às pressas, entre uma ligação e outra, uma relação conjugal que vai se transformando em parceria logística, em vez de cumplicidade amorosa.
O paradoxo é claro: conquistam o mundo, mas sentem que o coração — e às vezes o casamento — está cada vez mais distante.
Cansaço não é falta de amor
É preciso desfazer um mito perigoso: o afastamento conjugal que nasce do cansaço não significa ausência de amor. O coração continua pulsando, mas está soterrado pela agenda, pela cobrança e pela constante exigência de resultados.
A psicologia profunda nos ensina que o desejo humano busca sentido, e não apenas conquista. A teopsicoterapia complementa: quando o espírito encontra descanso em Deus, a alma se organiza e o amor volta a florescer.
Como equilibrar alta performance e vida conjugal
Três práticas possíveis para executivos ocupados:
• Agenda para o essencial: da mesma forma que se agenda reuniões de milhões de dólares, é necessário agendar momentos de valor inestimável com o cônjuge. Não sobra tempo; cria-se tempo.
• Rituais de reconexão: em viagens longas ou agendas intensas, mantenha pequenos rituais. Uma chamada de vídeo para dar boa-noite, uma mensagem surpresa, uma oração compartilhada. Pequenos gestos sustentam grandes vínculos.
• Descanso espiritual: aprender a parar. O sábado bíblico nos ensina que até Deus instituiu o descanso como princípio de vida. Quando o coração descansa, o amor encontra espaço para respirar.
O amor como maior conquista
O apóstolo Paulo escreveu: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como o sino que ressoa ou como o prato que retine.” (1 Coríntios 13:1)
O verdadeiro sucesso não está apenas no crescimento da empresa ou na expansão do patrimônio, mas na capacidade de manter viva a chama do amor, mesmo quando a fábrica nunca fecha.
Conclusão
O coração não é máquina. Ele pede pausa, silêncio, abraço, cumplicidade. O grande desafio do líder moderno é equilibrar performance e presença, resultado e relacionamento.
Porque, no fim das contas, a verdadeira vitória é chegar ao topo sem perder de vista a pessoa que esteve ao seu lado em cada degrau da escalada.
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Desejo a você e sua família uma semana na Graça.
Valcelí Leite (@ValceliLeite) é Psicanalista, Teoterapeuta (Terapia Cristã) e Pastor, atual presidente da ABRATHEO (Associação Brasileira de Teopsicoterapia), com formação em Fisioterapia e pós-graduações em Terapia Familiar Sistêmica, Cognitive Behavioral Therapy – TCC, e MBA em Teoterapia e Competência Emocional. Atua como teopsicoterapeuta com orientação a casais e famílias. Palestrante sobre temas como Autoconhecimento, Educação de Filhos, Internet e Vida Conjugal, Ciência do Bem-estar e Como Evitar a Ansiedade. Ex-superintendente em instituição filantrópica, com gestão em treinamento de liderança, formação de equipes e palestras motivacionais em quatro estados brasileiros e mais de 30 cidades.