O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas (à direita na foto), foi a público na quarta-feira, 15, anunciar que cancelaria a normativa adotada para intensificar o monitoramento do Pix. A razão alegada, “tirar isso que virou uma arma na mão desses criminosos”, não faz sentido.
O Pix é usado para aplicar golpes desde 2020, antes mesmo de começar a funcionar. Ao recuar, o governo Lula não deu qualquer detalhe sobre como a normativa da Receita afetou a aplicação desses golpes, e era o mínimo que precisava ter feito para que o cancelamento não soasse como oportunista.
Não bastasse, os governistas reclamam contra as fake news, mas não chegam a detalhar quais seriam as mentiras que estariam prejudicando “milhões de pessoas, causando pânico principalmente na população mais humilde”, para seguir mencionando as palavras usadas por Barreirinhas.
Crime?
O problema é que o governo Lula não tem a confiança da população brasileira para monitorar nada, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (à esquerda na foto), confirmou isso ao anunciar uma medida provisória para garantir que o Pix não será nem taxado, nem investigado.
Segundo o ministro, a MP “reforça os princípios tanto da não oneração, da gratuidade do uso do Pix, quanto de todas as cláusulas de sigilo bancário em torno do Pix”. Isso terá de ser feito exatamente porque ninguém acredita que o perdulário governo Lula vai resistir à tentação de tentar arrecadar mais a partir das informações coletadas pelo monitoramento.
Haddad disse que “quando você desacredita um instrumento público, você está cometendo um crime”. Mas que golpe ou fake news desacreditou o monitoramento do Pix mais do que o próprio governo Lula?
A norma da Receita Federal não tem nada de mais mesmo, como alegam os governistas e reconhecem os especialistas. O que a compromete é o fato de ter sido adotada durante o governo Lula. É isso que Barreirinhas e Haddad não se prestaram a admitir ao cancelá-la.
Fonte do texto: O Antagonista
