No domingo (12), o Olhar Digital noticiou que o Rio de Janeiro superou 47ºC de sensação térmica. Já no dia seguinte, a cidade quebrou a marca, batendo 52,7ºC, segundo o Alerta Rio, sistema da prefeitura.

A situação foi se intensificando ao longo da semana, com o índice recorde de 58,5ºC sendo alcançado na terça (14). Neste dia, os termômetros, no entanto, indicavam algo em torno de 43ºC. Isso porque a sensação térmica é diferente da temperatura real – e agora você vai entender essa distinção.

O que é sensação térmica?

  • Resumidamente, a sensação térmica indica a temperatura que uma pessoa está sentindo na pele exposta;
  • Conforme destaca a Deutsche Welle (DW), empresa pública de radiodifusão da Alemanha, não há uma fórmula estabelecida para o cálculo, e plataformas de serviço de meteorologia podem usar equações diferentes – já foram identificados mais de 100 índices criados para chegar a esse número;
  • Além da temperatura do ar à sombra, que é tomada como medida de base, também são considerados os seguintes fatores: umidade, ocorrência de vento e radiação solar.
População enfrenta forte onda de calor no Rio de Janeiro na terça-feira (14), com sensação térmica de 58,5ºC. Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil

Umidade

corpo humano mantém uma temperatura média de 36,5ºC. Quando transpiramos, a maior parte dessa umidade evapora e cria uma fina camada de ar mais frio imediatamente sobre a pele, que ajuda a baixar a temperatura. Por isso, o tanto de frio ou calor que uma pessoa sente depende não só do termômetro, mas da umidade. 

A alta umidade do ar intensifica a sensação térmica. Se está frio, sente-se mais frio; se está quente, a percepção do calor também é intensificada.

Se estiver muito quente e úmido ao mesmo tempo, nosso organismo tem mais dificuldade para se resfriar por meio da transpiração, pois a capacidade da atmosfera de absorver mais água está reduzida, o que aumenta a sensação de calor. Já no tempo seco, o corpo transpira mais facilmente, diminuindo sua temperatura e a sensação de calor.

Por outro lado, quando está muito frio e úmido, mais moléculas de água entram em contato com as roupas, reduzindo sua capacidade de isolamento térmico e aumentando a sensação de frio.

Ocorrência de vento 

De acordo com o site Vivabem, a ocorrência de vento aumenta a velocidade de transpiração da pele, fazendo o corpo baixar sua temperatura mais facilmente e, portanto, reduzindo a sensação térmica. No frio, o vento também amplia essa sensação. Diante de muito vento frio, mais moléculas no ar se chocam com a pele da pessoa, ampliando a percepção do frio.

Radiação solar

Essa variável indica a intensidade da radiação solar, energia que produz calor, que está chegando a um determinado local. Em lugares expostos diretamente à luz do Sol, a radiação é maior e, consequentemente, a sensação térmica também.

Origem da sensação térmica

Esse termo começou a se popularizar após a Segunda Guerra Mundial, quando tropas alemãs foram derrotadas ao tentar invadir a Rússia, durante um inverno rigoroso.

Cessados os confrontos, o exército dos EUA criou um índice de avaliação do frio, relacionando-o à velocidade do vento. O índice se difundiu e passou a ser divulgado junto com as temperaturas.

No Brasil e em mais países quentes, a sensação térmica é relacionada com a umidade relativa do ar e não com o vento, ainda que esse fator também possa diminuí-la.

Flavia Correia /Olhar Digital

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Sensação térmica e temperatura real: entenda a diferença
Foto: Freepik