A pandemia da Covid-19 foi um período difícil para todo mundo, e só de ouvir falar em um surto viral na China já surge aquela dúvida: será que vai começar tudo de novo? Pensando nisso, o Pleno.News te explica o que se sabe sobre a alta de casos do metapneumovírus no país asiático e expõe por que não há razões para acreditar que ele se comportará como a Covid-19.
Primeiramente é preciso saber que o metapneumovírus humano, também chamado de HMPV, não é uma novidade. Na verdade, ele é conhecido pela ciência desde 2001, quando foi descoberto e sequenciado na Holanda. Desde então, ele passou a ser registrado em diversos continentes, chegando ao Brasil em 2004.
Esse patógeno pertence à mesma família do sincicial respiratório (RSV), e seus sintomas mais comuns são tosse, febre, falta de ar e nariz entupido. Em casos mais severos, porém, ele pode evoluir para pneumonia ou bronquite. Entre os grupos de risco, estão justamente crianças pequenas, idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido.
Os cientistas acreditam que o HMPV tenha se derivado de um vírus de aves, o metapneumovírus aviário, há centenas de anos, em um processo chamado zoonose, que ocorre quando um vírus animal salta para os humanos.
ALTA DE CASOS NA CHINA
De acordo com o diretor do Instituto Nacional de Controle e Prevenção de Doenças Transmissíveis do país, Kan Biao, um aumento do número de casos do metapneumovírus humano entre crianças e adolescentes de até 14 anos tem chamado atenção, especialmente na região norte do país.
A entidade pediu que à população esteja em alerta para as medidas de saúde e higiene, mas negou que o vírus esteja sobrecarregando o sistema de saúde e superlotando hospitais. O instituto ainda descartou a possibilidade de uma nova pandemia.
O HMPV PODE GERAR UMA NOVA PANDEMIA?
Em entrevista à BBC, o virologista Flavio Fonseca, que é professor do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explicou que as chances do HMPV se comportar como o Sars-CoV-2 são muito baixas. Isso porque a população mundial já possui uma certa “imunidade natural” contra esse patógeno. O caso da Covid-19 foi diferente, pois tratava-se de um vírus completamente novo, para o qual a população mundial não tinha uma imunidade pré-existente.
Flavio também expõe que, embora existam casos graves na China, a maioria se manifesta como uma infecção leve, semelhante a um resfriado. Para ele, a preocupação atual tem mais a ver com o nível elevado de vigilância global após o impacto da Covid-19, do que com um problema realmente grave no país. O especialista destaca, porém, que há um consenso entre os virologistas de que é necessário sim investigar esse aumento inesperado dos casos.
Ao site especializado Live Science, o professor de virologia da Universidade de Warwick, no Reino Unido, Andrew Easton, afirmou que é necessário avaliar se trata-se de uma “mudança no comportamento das pessoas infectadas que levou ao aumento da exposição ou se é uma mudança no vírus que levou ao aumento do número de indivíduos infectados”. Até o momento, porém, não há evidências de que o patógeno tenha sofrido mutações que o tornaram mais perigoso.
QUAIS SÃO OS TRATAMENTOS E MÉTODOS DE PREVENÇÃO?
Não há vacinas disponíveis, nem antivirais específicos contra o HMPV. O tratamento adotado é o da redução de sintomas, tal como nos casos de gripe, e os métodos de prevenção são os mesmos da Covid-19, ou seja: manter distanciamento, higienizar as mãos e evitar tocar a região do nariz e dos olhos.
Segundo a agência de controle e prevenção de doenças dos EUA, a CDC, a infecção por HMPV costuma acontecer nos primeiros anos de vida. Seu período de incubação (intervalo de tempo entre a contaminação e o início dos sintomas) varia de 3 a 6 dias. O tempo que a doença permanece no corpo humano depende da gravidade, mas costuma ser similar às demais infecções respiratórias virais.
Fonte: Pleno News
Fonte Diário Brasil