Desde o início do período das chuvas, em maio, Recife tem enfrentado uma série de desastres ambientais em decorrência dos temporais. Na quarta-feira dia 01, alcançou a triste marca de 109 óbitos – superando o desastre de 1970 quando a enchente inundou 80% do município. Além do alto número de óbitos, o temporal deste ano deixou mais de 6 mil pessoas desabrigadas. Essa tragédia já é considerada o maior desastre do século 21 em Pernambuco.
Segundo historiadores, nas cheias do século passado, a maioria das vítimas morreu, principalmente, por afogamento, por problemas cardíacos e por contaminação de água. Já no episódio deste ano, a maioria das vítimas foram soterradas devido aos deslizamentos.
Em março de 2022, Petrópolis passou por uma situação parecida a de Recife, com o deslizamento de encostas. Por conta da situação calamitosa do município após a catástrofe, a prefeitura junto a Defesa Civil e a startup iNeeds uniram-se em parceria para implementar uma nova tecnologia, a fim de auxiliar o poder público a preservar a vida da população. A tecnologia, que auxilia a evitar desastres como o de Recife, consiste em um emissor que capta inclinações ou movimentos a partir de 5º nos eixos XYZ, caso haja alguma movimentação, envia um sinal ao receptor localizado na sala de monitoramento da defesa civil do município. Além disso, funciona à bateria recarregada através de energia solar, possibilitando o carregamento constantemente durante o dia. No dia 21 de março de 2022, durante a segunda grande tempestade sofrida pelo município, o sistema percebeu uma movimentação no terreno e alertou a Defesa Civil da cidade, proporcionando o ágil evacuamento. “É gratificante poder auxiliar o município nesse cenário tão delicado. Estamos unindo forças junto ao poder público para evitar acontecimentos trágicos como os que ocorreram no início deste ano e, com avanço e desenvolvimento diário de nossa tecnologia, acreditamos que podemos ajudar a sociedade brasileira como um todo”, relata Pedro Curcio Junior, CEO da iNeeds e especialista em cidades inteligentes.
Para Pedro Junior, assim como Petrópolis, os municípios devem utilizar a tecnologia como aliada no trabalho de preservar a integridade da população. Medidas como a colocação do dispositivo de sensoriamento proporciona mais segurança ao poder público e aos munícipes próximos a áreas de riscos. “Outro passo que pode auxiliar a evitar tragédias como essas é a colocação dos sensores em áreas alagáveis, que apelidamos de Bueiro Inteligente. Com tecnologia semelhante ao sensoriamento de pedras, no caso dos bueiros a Defesa Civil será avisada quando houver risco de aumento excessivo do nível da água”, aponta o CEO.

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Tragédia em Recife: sensor de pedras e encostas ajuda a evitar tragédias