
Foto: Divulgação/TCE-AM
Ao menos nove tribunais de contas usaram dinheiro público para bancar a participação de servidores e conselheiros nas Olimpíadas dos Servidores dos Tribunais de Contas do Brasil (OTC), realizadas em agosto em Foz do Iguaçu (PR). De acordo com dados parciais de portais da transparência, já são R$ 1,4 milhão desembolsados com inscrições, hospedagem, diárias, uniformes, fisioterapia e até assessoria esportiva.
De acordo com a coluna de Tácio Lorran, do site Metrópoles, que realizou o levantamento, o gasto total deve ser até maior, já que nem todas as Cortes atualizaram seus relatórios. Vale ressaltar que, em muitos casos, os servidores foram dispensados de bater ponto para competir.
O torneio, organizado pela Associação Nacional Olímpica dos Servidores dos Tribunais de Contas do Brasil (ANOSTC), reuniu, entre os dias 25 e 30 de agosto, 1.716 atletas de 40 delegações de Brasil, Argentina e Uruguai – sendo 1.396 inscritos de 25 tribunais de contas brasileiros. As modalidades incluíram futebol, vôlei, basquete, pesca, sinuca, bocha, dominó, beach tennis, pebolim, dama e truco.
O TCE do Amazonas liderou tanto em medalhas quanto em gastos: pagou R$ 442 mil para inscrever 130 servidores, hospedando-os no Resort Grand Carimã, um dos mais tradicionais de Foz do Iguaçu. Além disso, foram gastos R$ 51,6 mil em uniformes, R$ 58,2 mil em fisioterapia esportiva, e até R$ 59,7 mil em assessoria esportiva para as equipes. Somando tudo, o custo ultrapassou R$ 625 mil.
O Tribunal de Contas dos Municípios do Pará (TCM-PA), outro que se destacou no volume de gastos, destinou R$ 230,6 mil para custear 72 atletas e três conselheiros. Os servidores ficaram no hotel Dom Pedro I Palace; já as autoridades, que sequer disputaram a competição, se hospedaram no Mabu Thermas Grand Resort, construído sobre o Aquífero Guarani.
Além de Amazonas e Pará, as Cortes de estados como Rondônia, Tocantins, Mato Grosso, Alagoas e Pernambuco também bancaram despesas de servidores para participação no evento. No caso pernambucano, porém, as diárias foram justificadas a título de “capacitação” para um seminário paralelo na abertura dos jogos.
Há também órgãos que garantiram apoio indireto, como dispensa de ponto, abono de faltas ou afastamento remunerado, como foi o caso de tribunais de estados como Goiás e Minas Gerais, e do Distrito Federal. Já outros, como Acre e Santa Catarina, informaram que os servidores arcaram integralmente com as despesas, usando banco de horas ou férias para poder competir, ou então trabalharam em modelo remoto.
Fonte: Pleno News
Fonte: Diário Do Brasil