JACK GUEZ/AFP

O Ministério das Relações Exteriores anunciará nesta quarta (23) a entrada formal do Brasil na ação que África do Sul move contra Israel na Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas (ONU).

O governo sul-africano, sucessor do regime do apartheid, acusa Israel de cometer genocídio em Gaza. O Brasil apresentará intervenção formal no processo, movido com base na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.

De acordo com um diplomata ouvido pela coluna, os ataques recorrentes de Israel a civis não apenas na Faixa de Gaza mas também na Cisjordânia foram “a gota d’água” para acelerar a decisão do governo brasileiro de formalizar o endosso oficial à ação.

Ele lembra que o Hamas, que atacou Israel em outubro de 2023, não atua na Cisjordânia, e que palestinos são igualmente atacados por soldados israelenses neste território.

A coluna antecipou a decisão do governo brasileiro na semana passada. Na abertura da reunião de cúpula do Brics, o chanceler Mauro Vieira também afirmou à TV Al Jazeera que o país assinaria formalmente a ação da África do Sul. “Você terá essa boa notícia em muito pouco tempo”, afirmou ele na ocasião.

Além de deslocar a população e de atacar civis indiscriminadamente em Gaza, Israel é acusado de impor a fome aos palestinos que vivem no território.

Na terça (22), mais de 100 grupos, em sua maioria de assistência e direitos humanos, pediram nesta que os governos tomem medidas contra a fome que se espalha na Faixa de Gaza, exigindo também um cessar-fogo imediato e permanente, e a suspensão de todas as restrições ao fluxo de ajuda humanitária impostas por Israel.

Em um comunicado assinado por 111 organizações —incluindo a Médicos Sem Fronteiras, o Conselho Norueguês para Refugiados e a Refugees International—, os grupos alertaram que a “fome em massa” se espalha pelo território, mesmo com toneladas de alimentos, água potável, suprimentos médicos e outros itens intocados nos arredores de Gaza, já que as organizações humanitárias estão impedidas de acessá-los ou entregá-los.

Israel afirma que tenta poupar a vida de civis na medida do possível e justifica os ataques afirmando que o Hamas usa a população como escudo para proteger seus próprio integrantes. O país diz que tem o direito de se defender do grupo terrorista.

Fonte: Folha de S. Paulo

Fonte: Diário Do Brasil

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