Depois de conter com sucesso o primeiro surto de infecção e mortes, a Europa está agora no meio de uma segunda onda de coronavírus enquanto se aproxima do inverno – levantando questões sobre o que deu tão errado. O continente hoje registra mais casos de covid-19 que em março e abril, nos piores momentos da pandemia.

Os números diários de casos na União Europeia e no Reino Unido nesta semana alcançaram níveis recordes de mais de 45 mil em uma taxa de notificação de 14 dias, de acordo com o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), e novas restrições estão sendo impostas em locais que estavam em plena reabertura.

Em março e abril o continente viveu o descontrole total de casos e óbitos. A partir de maio, a reabertura gradual. E agora, o número de casos volta a crescer, obrigando autoridades a impor novamente medidas de distanciamento social em algumas regiões, como a capital da Espanha.

De acordo com a OMS, houve 5 milhões de casos confirmados e mais de 228 mil mortes em toda a Europa desde o início da pandemia.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Europa se vê diante de um cenário “alarmante”. De leste a oeste, países endurecem suas restrições para tentar conter o vírus, buscando evitar a imposição de novas quarentenas nacionais.

A Espanha registrou, na segunda-feira, 21, inéditas 11,2 mil infecções, enquanto na França, os casos diários se aproximaram de 10,6 mil. Na Inglaterra, os novos diagnósticos praticamente dobraram em uma semana. Países da Europa Central e Oriental, menos afetados na primeira onda, agora também veem um aumento das infecções.

Os motivos para a aceleração atual são diversos, mas vinculam-se à retomada das atividades após o fim dos lockdowns, entre maio e junho. Como o vírus nunca deixou de circular, bastou um relaxamento para que as taxas de infecção voltassem a crescer.

Em meio ao aumento no número de casos de covid-19, países europeus receberam uma advertência da OMS e já começam a discutir novas quarentenas frente ao temor de uma possível segunda onda da doença.

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Ameaça de segunda onda de coronavírus faz Europa aumentar restrições