Em comunicado emitido nesta terça, o governo de Milei afirma que o corte ocorreu na segunda-feira, sem qualquer aviso prévio ou explicação, e “alerta o governo da Venezuela contra qualquer ação deliberada que ponha em perigo a segurança do pessoal diplomático argentino e dos cidadãos venezuelanos sob proteção”. O texto relembra a Caracas a “obrigação do Estado receptor de resguardar as instalações da missão diplomática contra intrusões ou danos, e de preservar a tranquilidade e a dignidade da mesma”. A nota não descreve se o fornecimento foi retomado, e o governo venezuelano não se pronunciou.
Segundo a imprensa argentina, citando fontes da Chancelaria e da Casa Rosada, os dirigentes oposicionistas Magallí Meda, Claudia Macero, Humberto Villalobos, Pedro Urruchurtu e Omar González estão na representação diplomática do país. Todos têm contra si ordens de prisão, emitidas pelo procurador-geral Tarek William Saab, ligado a Maduro, por “ações violentas”, “terrorismo” e “desestabilização” do país. Os nomes não são citados pela nota, que fala apenas em “cidadãos venezuelanos sob proteção”, e não se sabe desde quando os cinco estão na embaixada.
Desde a ascensão de Javier Milei ao poder, as relações entre Buenos Aires e Caracas têm se deteriorado rapidamente. Além das hostilidades públicas entre os líderes dos dois países, no mês passado os argentinos optaram por submeter à Justiça dos Estados Unidos um avião da Emtrasur, uma empresa venezuelana, que permaneceu retido por vários meses na capital argentina a pedido dos americanos.
Em retaliação, Maduro anunciou em 12 de março que as aeronaves argentinas não teriam mais permissão para sobrevoar o território venezuelano, uma medida que afetaria pelo menos duas rotas operadas por empresas argentinas. O governo de Milei afirmou que tomará as medidas adequadas através das instituições internacionais.
Com informações de O Globo