16 foguetes vindos de Gaza foram atirados em direção a Israel na madrugada desta terça (04) para quarta-feira (05), após um conflito entre palestinos e a polícia israelense ter ocorrido na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém. Em resposta, aviões caça das Forças de Defesa de Israel (IDF) atingiram uma fábrica de armas, além de um outro local onde armas eram fabricadas e também armazenadas, ambos pertencentes ao Hamas, em Gaza. De acordo com mídias israelenses, a IDF acredita que o grupo responsável pelo disparo dos foguetes seja a Jihad Islâmica, mas os militares israelenses consideram o Hamas como responsável por todos os ataques vindos do território controlado pelo grupo terrorista.
Al-Aqsa é a terceira mesquita mais sagrada do mundo, localizada na Esplanada das Mesquitas/Monte do Templo, em Jerusalém, e é importante tanto para a fé muçulmana quanto para a judaica. Por essa razão, Israel flexibilizou a entrada de palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza em Jerusalém, para a comemoração do Ramadã. Devido ao aumento do número de visitantes durante as celebrações religiosas, a polícia israelense aumentou sua presença em locais onde muitos fiéis eram esperados, incluindo a mesquita.
Na terça-feira à noite, de acordo com a polícia israelense, “enquanto a polícia trabalhava para permitir que muitos muçulmanos celebrassem o mês do Ramadã e chegassem à Cidade Velha de Jerusalém e ao Monte do Templo/Esplanada das Mesquitas para a oração noturna com segurança e pontualidade, vários jovens infratores e mascarados levaram para a mesquita fogos de artifício, paus e pedras. Esses instigadores fecharam as entradas com barreiras, horas após a oração de Taraweeh, a fim de perturbar a ordem pública e profanar a mesquita. Além disso, começaram a entoar cânticos de incitação e violência dentro da mesquita e trancaram suas portas por dentro com obstáculos nas entradas. Depois de muitas e prolongadas tentativas de retirá-los apenas com conversas, sem sucesso, as forças policiais foram forçadas a entrar no complexo para retirá-los com a intenção de permitir que as rezas continuassem e evitar um conflito violento”.
Palestinos na mesquita dispararam fogos de artifício e atiraram pedras contra as forças israelenses, que precisaram disparar granadas de efeito moral para retirar as pessoas que fizeram as barricadas. O grupo terrorista Hamas se manifestou contra a ação da polícia israelense e incentivou que palestinos “fossem em massa para a mesquita de Al-Aqsa para defendê-la”. Na manhã desta quarta, foguetes foram atirados novamente vindos de Gaza enquanto a polícia israelense prendia mais de 350 palestinos envolvidos no conflito.
André Lajst, cientista político e presidente-executivo da StandWithUs Brasil, lamenta que um grupo pequeno de criminosos impeça palestinos de rezarem em paz na mesquita no mês do Ramadã, e enfatiza que a maioria dos palestinos são pacíficos e condenam esses atos. Além disso, o especialista teme que ações como esta possam intensificar cada vez mais os conflitos na região, como já aconteceu antes: “em anos passados, foram atos assim que acabaram aumentando as tensões. O Hamas tem total interesse em criar um ambiente de caos em Israel. Ele ganha popularidade em dose dupla: enfraquece a Autoridade Palestina e se coloca como vitorioso contra Israel”.
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