O presidente da Argentina, Javier Milei, já chegou aos Estados Unidos para uma série de encontros com representantes das principais empresas de tecnologia do mundo.

O economista se reuniu na última terça-feira (29) com o CEO da OpenAI, Sam Altman. Ele terá ainda compromissos com executivos do Google, da Apple, da Meta e com Elon Musk, o dono da Tesla, da SpaceX e da rede social X (o antigo Twitter).

Milei tem intensificado esse tipo de agenda neste ano, após ser eleito no fim de 2023. Nos últimos meses, o presidente argentino teve 14 reuniões com representantes de big techs em Buenos Aires, incluindo Meta, Google e Amazon Web Services.

Segundo informa a imprensa argentina, as empresas demonstraram interesse em oferecer ferramentas de Inteligência Artificial, serviços em nuvem e ajudar na modernização do Estado.

Essa viagem mais recente aos EUA foi organizada pelo chamado conselho de assessores econômicos de Javier Milei.

Big Techs
Milei quer que big techs ajudem na modernização do Estado argentino – Imagem: Ascanio/Shutterstock

Por que Milei está buscando as big techs

  • Sim, é verdade que o presidente argentino quer modernizar o estado e adotar ferramentas de Inteligência Artificial.
  • Mas a viagem dele aos Estados Unidos tem outro objetivo: ele precisa de investimentos para tentar tirar o país do buraco.
  • Além das reuniões com CEOs das big techs, Javier Milei também vai participar da chamada Cúpula do Pacífico, do Bay Area Council e da Instituição Hoover da Universidade de Stanford.
  • É uma espécie de think tank que promove a filosofia do Estado mínimo.
  • Além de discursar no evento, ele terá encontros com empresários e investidores.
  • Lembrando que Milei é um economista liberal, adepto do Libertarismo e conservador na área dos costumes.
  • Um libertário é aquele que defende as liberdades individuais em contraposição ao Estado.
  • Ou seja, ao participar de agendas como essa, ele também faz um aceno ao seu eleitorado.
  • Ao mesmo tempo que dá a impressão de que está se mexendo para tentar salvar a economia argentina, que acaba de sofrer mais um baque.
  • É aquela história da mulher de César: não basta fazer, tem que parecer que está fazendo.
A Argentina registrou a pior inflação do mundo em 2023 – Imagem: pathdoc/Shutterstock

Recessão técnica

A economia argentina sofreu um tombo de 8,4% em março na comparação com o mês anterior. Foi o quinto resultado negativo consecutivo, o que levou o país a um quadro de recessão técnica.

O número veio abaixo das expectativas do mercado, que projetava uma retração na casa dos 6%.PUBLICIDADE

Das 15 categorias pesquisadas, nove apresentaram recuo, com destaque negativo para a Construção, com queda de 29,9%, e a Indústria, que perdeu 19,6% na comparação com março do ano passado.

A boa notícia para os argentinos é que, apesar desse tombo, a inflação parece ter dado uma trégua. O indicador caiu nos últimos 4 meses.

Ficou em 11% em março e chegou a 8,8% em abril – a primeira vez em anos que a inflação ficou abaixo de dois dígitos.

Lembrando que a Argentina fechou 2023 com a maior inflação do mundo: 211% no acumulado em 12 meses.

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O que o presidente da Argentina busca em reunião com big techs