O senador Bernie Sanders tornou-se alvo preferencial de seus rivais democratas após a vitória contundente obtida por ele na primária de Nevada, no sábado. O difícil início de campanha do bilionário Michael Bloomberg – acusado pelos concorrentes de tentar “comprar a indicação” e ter adotado políticas discriminatórias ao governar Nova York – também contribuiu para que a artilharia passasse a se concentrar em Sanders.
O senador de 78 anos obteve em Nevada 46,8% dos votos, seguido do ex-vice-presidente Joe Biden (20,2%), do ex-prefeito Pete Buttigieg (14,3%) e da senadora Elizabeth Warren (9,7%). Com isso, assumiu a liderança na disputa pelos delegados que definirão a indicação, uma corrida ainda no começo. Sanders tem 45 delegados e são necessários 1.991 para levar a nomeação.
Um terço desses representantes será escolhido na chamada Superterça, dentro de seis dias. Ontem à noite, ocorreu o último debate antes desta votação, que envolve 14 Estados e costuma a consolidar o favorito.
A ascensão de Sanders divide o partido entre os seguidores do autodenominado “socialista democrático” e os defensores de um candidato que possa atrair eleitores conservadores. Pesquisas indicam que Sanders teria mais problemas para bater Donald Trump na eleição de novembro, justamente pela dificuldade de dialogar com eleitores de centro.
O programa do senador, que inclui um plano de assistência médica universal, é considerado radical pelos adversários.