A palavra ‘Educação”, vem do latim “EDUCARE”, que deriva de “EX” ( “fora” ou “exterior” ) e “DUCERE”(que tem como significado “guiar” ou “conduzir”). Isto quer dizer que o termo original em latim significava “CONDUZIR PARA FORA”. Podemos interpretar este significado como uma CONDUÇÃO, ou PREPARAÇÃO, para o mundo exterior, FORA do abrigo oferecido pela família, assim como também uma referência ao movimento de desabrochar ou de SAIR de dentro de SI MESMO, quando NOSSAS VIRTUDES DESABROCHAM, quando NOSSA ESSÊNCIA MAIS ÍNTIMA SE MOSTRA.
No Dicionário de língua portuguesa Michaelis sua DEFINIÇÃO é:
“Processo que visa ao desenvolvimento físico, intelectual e moral do ser humano, através da aplicação de métodos próprios, com o intuito de assegurar-lhe a integração social e a formação da cidadania.”
Os estudiosos asseveram que “EDUCAÇÃO” é um processo pelo qual os indivíduos vão transitar por TODA a vida. NUNCA paramos de EDUCAR e APRENDER. Neste percurso reconhecemos nossas individualidades e nossas identidades. É o caminho (talvez o “único”) capaz de produzir “verdadeiros” empatia e reconhecimento dos valores e suas importâncias.
Também afirmam que “EDUCAÇÃO” deve ser “SEMPRE PARA A ÉTICA”, porque educar ou ensinar é conduzir para a LIBERDADE de PENSAMENTO, de DECISÃO, de PRODUÇÃO de si mesmo.
“ÉTICA” esta, a mesma que já escrevemos semana passada , que vem do grego “ÊTHICA”, que deriva de “ETHOS”, nossa raíz mais profunda, a interioridade do ato humano, ação genuinamente humana, que brota de dentro do sujeito moral. Nossos hábitos, costumes, regras, a assimilação moral de valores.
Que privilegia o “SENTIDO COMUNITÁRIO”, a “ASPIRAÇÃO AO BEM”, a “VERDADE”, a “RETIDÃO DE CARÁTER”, a “JUSTIÇA” e a “ALTERIDADE”…
Que representa o DESENVOLVIMENTO INTEGRAL da pessoa humana, seu “CARÁTER REFLEXIVO”, “CRÍTICO”, de “DISCERNIMENTO”.
Será que os “PROFESSORES” de alguma de NOSSAS “Instituições” (Famílias, Escolas, Sociedades …) EDUCARAM-NOS neste sentido ?
Historicamente, com o advento da “Revolução industrial” (produção em massa, expansões comerciais, tecnologias, etc…), nos séculos XVIII, XIX, e XX, o ser humano declarou sua “independência”. Talvez um dos maiores equívocos da raça humana. A patir daí, o “espírito de sociedade e de “coletivo”, foram desaparecendo.
O humano tornou-se cada vez mais “INDIVIDUALISTA”.
Formou-se uma sociedade onde o que “REALMENTE vale” é o “PODER” a QUALQUER CUSTO. Nela, o que importa são os sentimentos do “aqui-agora”, do “vale tudo” !
Sociedade onde sinônimo de felicidade é poder gastar…
Onde sinônimo de sucesso é “ter” bens materiais…
Quanto mais eu posso “TER” e “GASTAR”, mais feliz sou !?
O “ter” substituiu o “ser” de outras épocas !
Sociedade da “COMPETITIVIDADE” entre os semelhantes …
Tudo muito diferente do que nos ensina Mário Sérgio Cortela, em uma de suas brilhantes palestras:
“O ser humano é um ser social. Nós vivemos em sociedade.
O humano SOMENTE é humano com outro humano.
Nossa humanidade é compartilhada.”
Poderosos, manipulam uma população “SEM” a VERDADEIRA educação, do modo como “lhes” convém, vendendo “ideais” absolutamente equivocados, “verdades” (ou seriam “IN”verdades) absolutamente erradas.
Novelas, BBBs, canais esportivos(?) e suas “competições”, propagandas, etc… , intentam vender-nos como “ideais de vida”, “a BELEZA”, “a FORÇA”, “a COMPETIÇÃO”, “os CONSUMISMOS DESENFREADOS” !
A força e o poder do lucro desenfreado propagandeiam e, muitas vezes impõem-nos a COMPULSÃO pelo “consumismo obssessivo” (e ABSOLUTAMENTE DESNECESSÁRIO), tão comum em nossos dias e “em NÓS MESMOS”.
Por nosso lado, IMPERFEITOS que somos, por nossa “natureza humana”, caímos facilmente em todas estas “armadilhas”.
E o PIOR, muitas vezes sentimos prazer (mesmo que passageiro) com estas situações !
Neste ambiente, rotineiramente, permeia o “MAL”.
“MAL” este muito bem definido por Agostinho de Hipona (354d.C. – 430d.C.), NÃO como um “ser” ou “substância”, mas sim como sendo a “AUSÊNCIA do BEM”.
E o mesmo Santo Agostinho continua nos ensinando, subdividindo o “MAL” em:

  • MAL metafísico ontológico. Ou seja, PRÓPRIO da natureza humana;
  • MAL Moral. Ou seja, relacionado aos NOSSOS atos e ações, que geram “VIOLÊNCIAS SOCIAIS”, “CORRUPÇÕES ENDÊMICAS”, “GUERRAS” …
  • MAL Físico. Ou seja, tudo que decorre em CONSEQUÊNCIA dos 2 “MALES” anteriores.
    Absolutamente CONTRÁRIO a qualquer tentativa de “JUSTIFICAR”, mas será que no texto não conseguimos “EXPLICAR” as TERRÍVEIS ATROCIDADES” a que estão sendo submetidos os instituídos PROFESSORES e ESCOLAS (e seus componentes) aqui no nosso Brasil ?
    20 de abril alardeado nas redes sociais (por “humanos”) como “DIA MUNDIAL de MASSACRES/ATAQUES às ESCOLAS!!!???
    Será que o “MAL” presente nisto tudo não seria fruto das condições impostas por nossas Sociedades e pelas imperfeições inatas do “humano” ?
    Será que tudo isto acontece pela falta “CRÔNICA” de “VERDADEIROS PROFESSORES” que nos eduquem para a ÉTICA ?
    O alento nesta verdadeira “Paranóia Delirante”, vai por conta de uma pequena réstia de esperança … Afinal, se ficamos PENSATIVOS, EMOCIONADOS e REVOLTOSOS quando vemos situações como estas, é sinal que, em maior ou menor dimensão, dependendo da individualidade de cada um, nos preocupamos com o assunto
    Basta, seguidamente a estes sentimentos, NÃO ficarmos de “braços cruzados”, esperando termos “GRATUTAMENTE” PROFESSORES capacitados para “VERDADEIRAMENTE EDUCAR-NOS”, e, passarmos para a etapa seguinte que seriam as (nossas) AÇÕES, pois, conforme escreveu, ainda no SÉCULO XVII, Padre Antonio Vieira :
    “… Para falar ao vento, bastam palavras. Para falar ao coração, são NECESSÁRIAS OBRAS.”

Ótima semana!
*João Evaristo Puzzi Bono é médico formado na Turma de 1.986 da FAMEMA
Cursou 18 meses de Teologia na FAJOPA (Faculdade João Paulo II), Campus Marilia-SP. E também escritor articulista da Revista D Marília

Clique no link e assista o vídeo: https://youtube.com/shorts/w8_P6ozyX-c?feature=share

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A “EDUCAÇÃO” (e os “nossos” Escolas e Professores), por João Evaristo Puzzi Bono