Médica veterinária explica quais são os principais problemas e cuidados para a introdução de dietas
Antes da indústria de alimentação para pets e do atual sistema de produção de rações, cães e gatos recebiam dietas caseiras, porém, sem o devido acompanhamento de especialistas. Recentemente, a Alimentação Natural (AN), que é uma dieta equilibrada composta por ingredientes 100% naturais, minimamente processada, livre de corantes, conservantes, aromatizantes e palatabilizantes, passou a ganhar maior aderência entre os cuidadores de pets.
Diante desse cenário, a professora Valeska Rodrigues, docente no curso de graduação em Medicina Veterinária da Universidade de Franca – UNIFRAN, instituição que integra o grupo Cruzeiro do Sul Educacional, aponta algumas curiosidades sobre a Alimentação Natural animal e quais são os principais cuidados na hora de introduzir qualquer tipo de dieta.
A especialista alerta que alguns tutores interessados na Alimentação Natural, estão preparando essas receitas caseiras sem o devido cuidado médico. “O grande segredo para que a dieta natural funcione é ter o acompanhamento de um nutricionista veterinário, pois é ele que poderá formular uma dieta de acordo com as necessidades de cada pet, analisando o porte, raça, idade e saúde do animal”, explica Valeska Rodrigues.
Além da formulação, a médica veterinária ressalta que é importante fazer uma transição alimentar correta, pois não se pode mudar uma alimentação de modo repentino.
“Deve ser feita de forma gradativa, para evitar transtornos gastrointestinais e uma má adaptação a nova alimentação. Além disso, é necessário seguir à risca as recomendações passadas pelo especialista, para que as necessidades nutricionais sejam supridas corretamente, ou seja, para que seu pet não sofra com uma super ou subnutrição”, orienta.
Valeska exemplifica que as principais fontes de proteína, por exemplo, vêm das carnes, especialmente bovina, frango, cordeiro e ovos cozidos. Já os vegetais e arroz são fontes de carboidratos e as vitaminas e minerais com origem dos vegetais. As receitas podem ser oferecidas ao serem preparadas (frescas) ou ainda congeladas.
“Alguns animais mais sensíveis, ou com afecções que diminuem o apetite podem preferir a dieta caseira com ingredientes in natura, frescos ou congelados, como os portadores de nefropatias crônicas, além dos animais que possuem alergia alimentar ou hipersensibilidade”, destaca.
A especialista ainda relata que a Alimentação Natural pode proporcionar todos os nutrientes que o pet precisa, resultando em mais saúde e vida. Ela afirma também que algumas enfermidades apresentam boas respostas à mudança de dieta, como é o caso da obesidade, diabetes, alergias de pele e alimentar, doença renal crônica, cardiopatias, pancreatite, câncer, gastrite, doenças do trato intestinal e urinário, pois ela apresenta cerca de 70% de umidade em sua composição e a ração comum possui apenas 12%.
Por fim, a professora enfatiza que o controle da Alimentação Natural deve ser orientado e realizado de perto por um veterinário de confiança. “Por precisar desse acompanhamento diário, essa dieta natural gera um custo e uma dedicação maior. Diante disso, muitos tutores acabam optando por rações comerciais, mas vale destacar que essa decisão precisa partir das necessidades de cada cuidador”.