No início deste ano, um golpe financeiro realizado por meio de deepfakes chamou a atenção do mundo corporativo. Um funcionário da filial de Hong Kong da empresa de arquitetura Arup foi enganado a transferir US$ 25 milhões após participar de uma videoconferência com supostos colegas de Londres. As imagens e vozes usadas na reunião eram falsas, criadas a partir de conteúdo disponível na internet, mas convincentes o suficiente para enganar o colaborador. Este incidente evidenciou a crescente ameaça representada por essa tecnologia no ambiente empresarial.
O uso de deepfakes em fraudes corporativas é um fenômeno relativamente novo, mas está se tornando cada vez mais comum. Este tipo de golpe não se limita a operadoras de transferências financeiras, mas também representa um risco significativo para a segurança de informações sensíveis. Com a evolução tecnológica, a defesa contra estas ameaças deve também se adaptar, utilizando as mesmas ferramentas que os cibercriminosos. Especialistas apontam para a crescente batalha entre a criação de ataques sofisticados e o desenvolvimento de novas formas de defesa.
Como a Cibersegurança Está Evoluindo com a Inteligência Artificial?
A inteligência artificial (IA) tem mostrado ser uma eficaz ferramenta tanto para o ataque quanto para a defesa no mundo digital. Fabio Cozman, especialista da Universidade de São Paulo, afirma que embora a IA facilite golpes mais sofisticados, ela também pode ser usada para proteger dados e acessos corporativos. Essa tecnologia oferece mecanismos automatizados de detecção e permite uma resposta mais rápida a possíveis ameaças.
Empresas como a Cielo têm implementado sistemas de segurança aprimorados por técnicas de IA, como a tokenização de dados, para proteger transações financeiras sem atrasos. A implementação de sistemas de verificação contínua é uma estratégia chave no combate a tentativas de acesso não autorizado. Com tais avanços, as transações suspeitas podem ser rapidamente identificadas e impedidas.
Quais São os Desafios na Implementação de Medidas de Cibersegurança?
Apesar dos avanços, a cibersegurança enfrenta vários desafios. A mudança para ambientes de nuvem e a abertura de APIs aumentam a vulnerabilidade das empresas, criando mais pontos de entrada potenciais para criminosos. A IBM destaca que o número de ataques que utilizam credenciais legítimas tem crescido significativamente, sugerindo que a proteção tradicional já não é suficiente.
Como as Empresas Podem se Proteger Contra Golpes de IA?
Para se proteger contra ataques, as empresas devem adotar uma abordagem multifacetada. Estabelecer políticas de segurança robustas que incluem monitoramento constante e a implementação de medida de acesso restrito é fundamental. Assim, metodologias como a autenticação em dois passos, atualização constante de sistemas e conscientização dos funcionários podem aumentar significativamente a segurança.
Além disso, a vigilância no comportamento das credenciais e a contratação de serviços que monitoram a dark web para identificar se credenciais estão sendo vendidas, são passos cruciais para manter a integridade dos dados corporativos.
Quais São as Tendências Futuras na Cibersegurança?
No futuro, espera-se que o uso estratégico da IA em cibersegurança se expanda, abrangendo mais áreas e introduzindo construções como o gerenciamento de acesso descentralizado. Ben Colman, da startup Reality Defender, enfatiza a importância de constantemente atualizar práticas e metodologias, à medida que novas ameaças emergem diariamente. A formação de profissionais especializados em cibersegurança, conforme realçado por Fabio Cozman, também é um ponto importante para fortalecer as defesas organizacionais.
No cenário atual de ameaças, as empresas devem investir em tecnologia e formação de pessoal, criando um balanço entre inovação e segurança para proteger seus ativos digitais eficazmente.
Fonte Terra Brasil