Foto: Reprodução/Redes sociais

Presa no último sábado, Bianca Duarte Franco, de 24 anos, é descrita pela Polícia do Pará, no Norte do país, como responsável pelo “RH do CV” naquele estado. Ela registrava os traficantes que se filiavam à facção, anotando seus nomes, antecedentes, especialidades e até tirando fotos para os registros formais. Depois da análise individual — com checagem da fama do candidato entre os membros do grupo para evitar confusão —, ela entregava aos criminosos um formulário de “contratação”.

Há quatro anos, Bianca se mudou para o Rio de Janeiro, no Sudeste, onde permaneceu ligada ao Comando Vermelho. Ela morava no Complexo da Penha, na Zona Norte, região chefiada por Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, que tem 29 mandados de prisão em aberto no Conselho Nacional de Justiça. Apesar da distância territorial, ela continuou como “RH” da facção no Pará, mas passou a atuar em plantões nas bocas de fumo e a participar de confrontos no Rio.

A estadia dela na Penha foi abalada após um vídeo dançando com fuzil num baile funk viralizar. Ela aparece nas imagens usando um vestido rosa, estilo “tubinho”, ao som de “pix da marquinha”. Na mão direita, ela segurava o armamento apontado para cima enquanto dançava junto a uma amiga. A publicação repercutiu negativamente entre os traficantes da Penha, e Doca, como punição, mandou Bianca para uma temporada no tráfico da Gardênia Azul, na Zona Oeste.

Era nessa comunidade que ela estava morando, antes de decidir ir para Cabo Frio, no último sábado, com mais duas amigas: a paraense Layane Thalita Santos Santana, de 19 anos, e Kalita Eduarda Ataide Ferreira, de mesma idade. As três foram presas numa ação conjunta das polícias civis do Pará e Rio de Janeiro. Na audiência de custódia, a defesa da jovem argumentou a favor da soltura, citando que ela é mãe de duas crianças pequenas. No entanto, a Justiça decidiu converter o flagrante em prisão preventiva.

Segundo a Delegacia de Repressão a Facções Criminosas (DRFC), do Pará, Bianca era conhecida pelos vulgos Anya, Fielzinha do 41 ou Filha do 41, em alusão ao Leo 41, antigo chefe do tráfico no Pará, morto em uma operação no Complexo do Salgueiro, na Região Metropolitana do Rio, em 2023. Nas redes sociais dela, inclusive, é possível encontrar homenagens a esse traficante, geralmente acompanhadas de músicas de saudade.

No entanto, os vídeos e fotos dedicados a ele são minoria nos perfis de Bianca. Os destaques são gravações de danças, fotos maquiadas e outros conteúdos referentes ao tráfico, como imagens dela uniformizada nos plantões, armada, fazendo o sinal “tudo dois” com as mãos e usando emoji de urso — símbolo de Doca.

Fonte: O Globo

Fonte: Diário Do Brasil

Compartilhar matéria no
‘RH do CV’ foi punida por chefe da facção no Rio após gravar vídeo; ENTENDA