A Polícia Civil, através da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), esclareceu nesta quarta-feira (29) o assassinato de João Victor Balmant da Silva, de 23 anos. Ele foi morto no último domingo, dia 26, na zona Norte da cidade.

O crime ocorreu por volta das 20h30 no Jardim Santa Antonieta, na rua Professora Berta de Camargo Vieira.

De acordo com a investigação, João Victor estava retornando para casa quando foi abordado na esquina pelos ocupantes de um veículo escuro, no qual estavam duas moças e dois rapazes.

Os dois homens correram atrás de João, que foi impedido de entrar em sua casa. Em seguida, João da Silva foi morta mediante violentos golpes com objeto contundente (pedaço de pau ou de ferro), que provocaram traumatismo craniano.

“Os ocupantes do veículo (um Omega azul escuro ano 1995) se tratam de um serralheiro de 22 anos, sua amásia de 24 anos, uma moça de 19 anos e um lavador de veículos de 20 anos, todos moradores do distrito de Padre Nóbrega”, revelou o delegado Valdir Tramontini, da DIG.

Conforme a DIG, na noite da última sexta-feira (24), em uma festa em chácara nas proximidades da penitenciária, teria ocorrido uma briga envolvendo os dois casais e diversos outros rapazes.

“A motivação daquele desentendimento teria sido ciúmes, e consta que o serralheiro teria tentado se esconder em um quarto, mas vários rapazes quebraram a porta e o agrediram”, contou Tramontini.

Na confusão, a companheira do serralheiro foi atingida por um soco no olho esquerdo, que teria sido desferido por João Victor (não se sabendo se intencional ou não), o que causou um grande hematoma.

“Há indícios de que, na data dos fatos, a fim de vingar as agressões suportadas, os casais se deslocaram do distrito de Padre Nóbrega até o bairro Santo Antonieta, onde enfim localizaram a vítima e a mataram violentamente”, disse o delegado.

As mulheres não teriam perseguido a vítima e suas condutas serão investigadas.

Os envolvidos, ao tomarem conhecimento que estavam sendo procurados, se apresentaram espontaneamente na DIG acompanhados de advogado. Eles confirmaram envolvimento no crime, mas alegaram legítima defesa.

De acordo com Valdir Tramontini, ainda serão formalmente inquiridas testemunhas presenciais, que se encontravam fora da cidade, e contradizem as versões dos acusados.

“Em face de suas espontâneas apresentações, os investigados foram liberados após suas inquirições, e caso futuramente seja necessário, não se descarta eventual representação pela decretação de suas prisões preventivas”, disse o delegado.

O Omega utilizado no crime foi localizado, em outra chácara, também nas proximidades do presídio, onde foi deixado pelo serralheiro, sem que os proprietários do imóvel soubessem que havia sido utilizado pelos autores durante o assassinato.

O serralheiro tem antecedentes por violência doméstica e lesão corporal grave (no ano de 2015, com emprego de um taco metálico de beisebol).

Desde 22 de maio deste ano ele cumpre pena em regime aberto, o que lhe impediria tanto de ter estado na festa do dia 24, assim como estar em via pública na noite do crime. Os fatos serão comunicados à Vara das Execuções Criminais de Marília.

“Peças do expediente também serão encaminhadas ao coordenador da CPJ, em face da notícia de crime de infração de medida sanitária preventiva, prevista no artigo 268 do Código Penal (pena de até um ano de detenção), decorrente do comparecimento dos investigados em festa, em plena pandemia do Covid-19”, finaliza o delegado.

Segue em tramitação um inquérito policial para esclarecimento do crime de homicídio qualificado mediante recurso que impossibilitou a defesa do ofendido, e com emprego de meio cruel, com pena de 12 a 20 anos de reclusão.

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