O Ministério da Saúde retirou do plano nacional de vacinação o nome do grupo pesquisadores que disseram não ter dado anuência ao documento prévio enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal).
O plano final foi lançado nesta quarta (16) em cerimônia em Brasília. O modelo prévio, enviado pela AGU (Advocacia-Geral da União) ao STF, tinha o nome de mais de 140 pesquisadores que teriam colaborado com a sua produção. Poucas horas após a divulgação, um grupo veio a público dizer que não havia dado aval nem visto a versão final do documento.
Em nota assinada por 36 pessoas, o grupo técnico do “Eixo Epidemiológico do Plano Operacional Vacinação Covid-19” se disse surpreendido com o documento e afirma que o texto “não lhe foi apresentado” nem teve sua anuência.
“Importante destacar que o grupo técnico havia solicitado reunião e manifestado preocupação pela retirada de grupos prioritários e pela não inclusão de todas as vacinas disponíveis que se mostrarem seguras e eficazes”, diz o texto divulgado pela Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva).
A queixa foi feita pela enfermeira e epidemiologista Ethel Maciel, professora da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), que informou em seu Twitter que soube pela imprensa sobre o envio do plano.
“A gente nunca viu nenhuma versão desse documento. Tivemos várias apresentações reuniões junto com o PNI [Plano Nacional de Imunização]. Se ele fosse um interno, já seria problemático ter os nomes sem nossa anuência”, declarou Maciel.
“Nossa mais alta corte [STF] tem um documento que consta o nome de diversas pessoas que elaboraram e você nem teve acesso a esse documento.”
No modelo final, disponibilizado nesta quarta pelo ministério os nomes foram retirados da área de organizadores. Ainda assim, no discurso de apresentação, Arnaldo Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde, agradeceu aos “cerca de 140 especialistas do Brasil inteiro que trabalharam neste plano”.