Reprodução/ Notícias UOL

A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, anunciou nesta segunda-feira (04/08/2025) a criação de uma força-tarefa destinada a combater a expansão do Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa da América do Sul, no território argentino. Em coletiva de imprensa realizada na sede do Ministério da Segurança, Bullrich destacou que o governo possui um mapeamento detalhado das operações da facção no país, identificando 28 pessoas vinculadas ao grupo, algumas já detidas em presídios federais e provinciais, enquanto outras estão sob investigação ou com antecedentes de expulsão ou extradição.

A iniciativa marca a primeira ação concreta do recém-criado Departamento Federal de Investigações (DFI), liderado pelo comissário geral Pascual Bellizi. Segundo Bellizi, o PCC, fundado há 30 anos no Brasil, é uma “organização violenta” com forte intenção de expandir sua influência na América Latina. Investigações apontaram práticas características da facção em presídios argentinos, como cerimônias de iniciação e batismo, nas quais novos membros recebem números de matrícula, replicando o modelo de operação consolidado no Brasil.

Bullrich enfatizou a determinação do governo em capturar organizações criminosas que tentam se estabelecer na Argentina. “Não permitiremos que o PCC se instale em nosso país. Vamos desmantelar suas ramificações com inteligência e ação coordenada”, afirmou a ministra. A força-tarefa contará com a colaboração de forças policiais argentinas e apoio de agentes brasileiros, como evidenciado pela recente prisão de Fabio Rosa Carvalho, líder da organização criminosa “Os Manos”, no bairro de Caballito, em Buenos Aires, numa operação conjunta com autoridades do Brasil.

O mapeamento do PCC na Argentina é parte de um esforço mais amplo do governo do presidente Javier Milei para reforçar a segurança nas fronteiras e combater o crime organizado. A presença da facção já foi detectada em 28 países, segundo levantamento do Ministério Público de São Paulo, com forte atuação em presídios de nações vizinhas como Paraguai, Uruguai, Bolívia e Venezuela, onde o grupo comanda operações de tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro. Na Argentina, 30 membros do PCC estão presos e 26 em liberdade, conforme dados recentes.

A operação contra o PCC também reflete a cooperação internacional intensificada pela Argentina. Em novembro de 2024, Bullrich assinou uma Declaração de Intenções com a Homeland Security Investigations (HSI) dos Estados Unidos, integrando um representante da Gendarmeria Nacional Argentina à Força-Tarefa El Dorado, em Nova York, para combater crimes financeiros e lavagem de dinheiro ligados a organizações como o PCC.

A atuação do PCC na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, conhecida por sua vulnerabilidade ao crime organizado, foi recentemente retratada na série ficcional “DNA do Crime”, da Netflix, evidenciando a relevância do tema na região. A força-tarefa argentina surge como resposta direta a esse cenário, com o objetivo de conter a expansão de uma facção que, segundo especialistas, opera como uma “pré-máfia” com capacidade de adaptação e influência global.

O governo argentino promete intensificar as ações contra o narcotráfico e o crime organizado, com foco em proteger as fronteiras e desarticular redes criminosas. A criação do DFI e o combate ao PCC são passos iniciais de um plano mais amplo para fortalecer a segurança no país, em meio a desafios regionais que afetam todo o Mercosul.
Fonte: Notícias. Uol

Fonte: Diário Do Brasil

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Argentina anuncia forca-tarefa contra PCC e diz ter mapeamento da facção