
Promotores federais de Manhattan iniciaram uma investigação para apurar alegações de que a Pfizer, uma das maiores farmacêuticas do mundo, teria intencionalmente atrasado o anúncio do sucesso de sua vacina contra a Covid-19 até após a eleição presidencial dos Estados Unidos em 2020. A suspeita é de que a empresa reteve informações cruciais sobre a eficácia do imunizante, desenvolvido em parceria com a BioNTech, em um momento politicamente sensível, o que poderia ter influenciado o cenário eleitoral. A investigação busca determinar se houve motivação estratégica por trás da decisão ou se o cronograma seguiu apenas trâmites técnicos e regulatórios.
A origem da denúncia vem de uma rival no setor farmacêutico, a GSK (GlaxoSmithKline), que alega que Phil Dormitzer, um ex-executivo da Pfizer que agora trabalha para a GSK, teria revelado a colegas detalhes sobre o suposto atraso. Segundo a GSK, Dormitzer confidenciou que a Pfizer tinha dados positivos da vacina antes da eleição de 3 de novembro de 2020, mas optou por não divulgá-los até o dia 9 daquele mês, quando os resultados foram oficialmente anunciados. A acusação sugere que a decisão poderia ter favorecido o então adversário de Donald Trump, Joe Biden, ao evitar um impacto positivo na campanha do republicano, que buscava a reeleição.
Phil Dormitzer, no entanto, refuta veementemente as acusações. Em declaração, ele afirmou: “Meus colegas da Pfizer e eu fizemos tudo o que podíamos para obter a autorização do FDA o mais rápido possível.” Segundo o cientista, o cronograma da divulgação foi determinado exclusivamente por processos científicos e pela necessidade de validação rigorosa dos dados, e não por interesses políticos. A Pfizer, por sua vez, não se pronunciou oficialmente sobre a investigação, mas fontes internas sugerem que a empresa deve reforçar a narrativa de que seguiu padrões éticos e legais em todas as etapas do desenvolvimento e anúncio da vacina.
A controvérsia reacende uma crítica recorrente do ex-presidente Donald Trump, que há tempos insiste que a Pfizer deliberadamente segurou os resultados positivos para prejudicar suas chances de vitória em 2020. Trump frequentemente destacou que uma divulgação pré-eleitoral poderia ter fortalecido sua campanha, que focava na resposta à pandemia como um dos pilares de sua gestão. A investigação, reportada inicialmente pelo Wall Street Journal, agora coloca em xeque as motivações da gigante farmacêutica e pode trazer novas implicações políticas e jurídicas, dependendo das evidências que os promotores de Manhattan conseguirem reunir.
Fonte: Diário Do Brasil