
Valéria Cristina Tamião de Oliveira, vice-presidente da Associação Comercial e de Inovação de Marília, faz o comparativo
A vice-presidente da Associação Comercial e de Inovação de Marília, Valéria Cristina Tamião de Oliveira, considerou interessantes os números apresentados pelos dois painéis eletrônicos que a Associação Comercial de São Paulo apresenta quanto a arrecadação de impostos e o gasto público nas esferas Federal, Estadual e Municipal. De acordo com ambos os painéis, enquanto a arrecadação é estimada em mais de R$ 2 trilhões, os gastos do setor público, em suas diferentes esferas governamentais, já ultrapassaram os R$ 2,58 trilhões em igual período. “Está comprovado que os gastos públicos são maiores que a arrecadação”, constatou a dirigente de Marília ao observar os números apresentados pelo painel Impostômetro (que mensura a arrecadação de impostos federais, estaduais e municipais), com o painel do Gastômetro (que mostra o gasto público nas esferas federais, estaduais e municipais).
Valéria Cristina Tamião de Oliveira observa ainda que os gastos públicos já superam em mais de R$ 550 bilhões o valor em caixa, e isso acontece mesmo com o aumento da arrecadação. “Em outras palavras, a arrecadação está acelerando, e isso não é necessariamente ruim. Esse aumento reflete o aquecimento da economia, uma vez que com mais emprego, mais renda, mais investimentos e mais empresas faturando, um volume maior de tributos é pago”, disse a vice-presidente da diretoria executiva da Associação Comercial e de Inovação de Marília. “Mas, pelo prisma negativo, o aumento da arrecadação também reflete o impacto da inflação e o aumento da carga tributária pela elevação de alíquotas e fim de isenções de alguns impostos”, acrescentou. “Mesmo assim, o incremento das receitas não acompanha o ritmo dos gastos públicos”, mostrou.
De acordo com a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, a receita primária líquida do governo central deverá fechar 2025 em 18,3% do PIB, com tendência a cair progressivamente para 17,7% do PIB ao final de 2035. Já as despesas primárias deverão apresentar crescimento paulatino, dos esperados 18,9% do PIB, em 2025, para 20,8% do PIB, em 2032, estabilizando em 20,4% do PIB em 2035. “Na esfera Federal, por exemplo, a estrutura inchada do governo, os supersalários, a ampliação de benefícios tributários para empresas e programas sociais – independentemente se necessários ou não – pressionam o orçamento, criando dificuldades para o cumprimento das metas previstas pelo arcabouço fiscal”, falou a empresária que lamenta o desequilíbrio nas contas, afinal, o empresariado é quem acaba sofrendo nas vendas e na prestação de serviço.
O painel Gasto Brasil marcou na terça-feira, 29/07, que as despesas públicas do país atingiram o valor de R$ 3 trilhões. A plataforma, criada pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), em parceria com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), registra em tempo real as despesas da União, dos estados e municípios. Em contrapartida, o Impostômetro, ferramenta criada há 20 anos pela ACSP, indicou que o valor dos tributos arrecadados chegou a R$ 2,27 trilhões, mostrando um déficit de mais de R$ 700 bilhões nas contas públicas. “Agora é possível fazer o comparativo em tempo real”, disse Valéria Cristina Tamião de Oliveira.