(Divulgação)

O delegado da Polícia Federal Caio Rodrigo Pelim afirmou nesta terça-feira (27), durante depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), que desconhecia ser alvo de investigação no inquérito que apura suposta atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar o deslocamento de eleitores do presidente Lula (PT) no segundo turno das eleições de 2022.

Pelim foi convocado como testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, mas antes do início da oitiva foi informado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, de que figura como investigado no caso, identificado como Petição 11.552. “Eu tinha certeza de que falei como depoente e mais nada. Desconheço qualquer investigação contra a minha pessoa”, afirmou Pelim, visivelmente incomodado com a situação.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, confirmou a informação apresentada pela PGR, esclarecendo que o inquérito foi prorrogado e que Pelim é citado em vários depoimentos. Com isso, garantiu ao delegado o direito ao silêncio e à não autoincriminação.

A defesa de Anderson Torres, por sua vez, contestou a apresentação do delegado como investigado, alegando que ele não havia sido formalmente indiciado pela PF e que o inquérito estaria encerrado. Moraes, no entanto, rebateu o argumento: “Em sendo o Ministério Público o titular da ação penal, não depende, sabemos todos, de eventual indiciamento ou não da Polícia Federal.”

Pelim, que chefiava a Diretoria de Combate ao Crime Organizado da PF durante o pleito de 2022, foi questionado sobre uma reunião ocorrida em 19 de outubro daquele ano. Segundo ele, não houve orientação direcionada para ações da PRF que limitassem o direito ao voto. “Que eu tenha presenciado, nenhuma orientação nesse sentido”, declarou.

Sobre a atuação do então ministro Anderson Torres, Pelim afirmou que o ex-ministro externou a importância de manter o policiamento ostensivo e preventivo nas eleições, com o uso máximo de efetivo, sem qualquer ordem para ações específicas contra eleitores.

Fonte: Conexão Política

Fonte: Diário Do Brasil

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Delegado comparece ao STF para depor e descobre, no ato, que é alvo de investigação pela Corte