O Wall Street Journal classificou como “alarmante” a deterioração das normas democráticas no Brasil. O texto, assinado pela colunista Mary Anastasia O’Grady, analisa as tarifas de 50% impostas por Donald Trump e afirma que elas servirão como desculpa para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) justificar a crise fiscal e econômica já em andamento.

O texto também afirma que, no caso das tarifas, tanto o Brasil quanto os Estados Unidos têm a ganhar ao negociar, e que há sinais de que isso ocorrerá. Contudo, ao citar a carta enviada por Trump a Lula, o texto observa que o aumento tarifário está sendo utilizado pelo presidente americano como um mecanismo para um “acerto de contas” geopolítico e pessoal.

A colunista menciona o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro — que Trump considera semelhante à sua própria luta contra o ativismo judicial — e afirma que é improvável que o processo seja justo.

“Desde 2019, em claro excesso de jurisdição, o Supremo Tribunal Federal do Brasil passou a investigar, processar e julgar casos políticos. O ministro relator do caso de Bolsonaro, Alexandre de Moraes, não esconde seu zelo condenatório”, afirma.

O’Grady ainda pontua que muitos brasileiros sentem, “com razão”, que o ex-presidente está sendo perseguido. Ela explica que Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030 por ter criticado o sistema de votação eletrônico brasileiro antes e depois das eleições de 2022. “Em democracias reais, isso se chama liberdade de expressão”, escreveu.

Segundo a colunista, mesmo brasileiros que não apoiam Bolsonaro veem seu caso como reflexo do colapso mais amplo do Estado de Direito, à medida que o STF passou a silenciar críticas políticas, rotulando-as de “antidemocráticas”.

Ela relembra a decisão da Suprema Corte sobre o Marco Civil da Internet, citando que empresas de tecnologia como Google e Meta foram declaradas responsáveis pelo conteúdo publicado em suas plataformas que o “próprio tribunal considerar ‘ilegal’”.

Fonte: Gazeta do Povo

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Deterioração das normas democráticas no Brasil é alarmante, afirma o Wall Street Journal