A avaliação negativa do governo Lula por parte dos agentes do mercado aumentou 12 pontos percentuais, passando de 52% para 64%, desde novembro, de acordo com a pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje.
Enquanto isso, a avaliação positiva diminuiu de 9% para 6%, e a avaliação regular passou de 39% para 30%. A pesquisa, realizada entre 14 e 19 de março, contou com a participação de 101 gestores, economistas, traders, e outros profissionais de 84 fundos de investimento com sede em São Paulo e Rio de Janeiro.
As razões para a deterioração na avaliação do governo petista são evidentes nas respostas a duas questões da pesquisa: 97% dos participantes consideraram equivocada a decisão da Petrobras de não pagar dividendos extraordinários aos acionistas, enquanto 89% acreditam que uma intervenção do governo na Vale reduziria os investimentos estrangeiros no Brasil.
Imagem do Brasil
Os agentes do mercado temem cada vez mais também pela imagem do Brasil no exterior. “No campo internacional é que os agentes respondem com a maior mudança. Saiu de 28% para 45% o percentual dos entrevistados que consideram que houve uma piora na imagem do Brasil no exterior desde a posse de Lula”, comentou Felipe Nunes, CEO da Quaest.
Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, reconheceu há uma semana, em 14 de março, durante o início da coleta de dados da Quaest, a influência de Lula na empresa, embora tenha preferido caracterizá-la como “orientação”.
Lula também causou preocupação entre os agentes econômicos ao tentar posicionar o ex-ministro Guido Mantega no comando da Vale. Um membro do conselho da empresa chegou a apresentar uma carta de renúncia em protesto contra a “influência política prejudicial” na mineradora.
Não conseguindo inserir Mantega na Vale, o presidente passou a visar um assento no conselho administrativo da Braskem.
Com a popularidade de Lula em declínio, seu suposto contraponto no governo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, viu sua avaliação melhorar: a aprovação subiu de 43% para 50%, enquanto a desaprovação caiu de 24% para 12% (a avaliação regular passou de 33% para 38%).
Para 51% dos entrevistados, Haddad está mais fortalecido do que no início do mandato. Segundo a pesquisa, a maioria do mercado (51%) também está percebendo uma maior preocupação do governo com a inflação. Em novembro, apenas 44% viam essa preocupação.
Com informações de O Antagonista