Na última quarta-feira (22/05), durante audiência pública na Câmara dos Deputados, Fernando Haddad (PT) disse informações falsas sobre números e mentiu ao se referir aos dados econômicos durante o governo Jair Bolsonaro.

Membros da equipe econômica do governo Bolsonaro contestaram as falsas declarações feitas pelo ministro da Economia de Lula (PT), Fernando Haddad, durante audiência na Câmara dos Deputados, alegando que, se mantida a mesma “governança fiscal de 2019 a 2022”, o resultado primário do governo Bolsonaro seria “bem melhor” que o previsto no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023. Citando 2022 como exemplo, a equipe econômica de Bolsonaro destacou que, embora a previsão orçamentária fosse de um déficit de R$ 59,4 bilhões, o governo Bolsonaro encerrou o ano com um saldo positivo de R$ 54,9 bilhões.

Em relação aos precatórios, a equipe de Bolsonaro afirmou que dos R$ 90 bilhões, que na realidade são R$ 92 bilhões, apenas um terço refere-se a 2022. “O restante se refere aos exercícios de 2023 e 2024 (ou seja, são passivos do governo atual)”, explicaram os integrantes da equipe econômica anterior. Eles também mencionaram que os R$ 60 bilhões adicionais para o Bolsa Família são uma promessa de campanha dos dois candidatos na eleição presidencial e “não uma política pública” implementada pela gestão econômica passada.

Durante a campanha eleitoral de 2022, Paulo Guedes, ministro da Fazendo do Governo Bolsonaro, afirmou que o Auxílio Brasil (ex-Bolsa Família) de R$ 600 estaria garantido para o ano seguinte, mencionando que os super ricos financiariam o benefício.

Fernando Haddad (PT) afirmou que o governo precisou revisar os gastos previdenciários, pois R$ 15 bilhões estavam subestimados. A equipe econômica de Jair Bolsonaro, defendeu que as estimativas da peça orçamentária foram calculadas conforme os parâmetros disponíveis em agosto de 2022 e destacou que as revisões das despesas com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) têm sido mais elevadas recentemente. “Por exemplo, o PLOA 2024 (enviado em ago/2023) recebeu críticas da Consultoria de Orçamentos da Câmara e do Senado, apontando que a subestimação das despesas previdenciárias foi da ordem de, pelo menos, R$ 31,8 bilhões”, afirmou a equipe.

Dados das contas públicas no Governo Bolsonaro

Segundo a equipe econômica de Bolsonaro, que era comandada por Paulo Guedes, os gastos primários caíram durante o Governo Bolsonaro, reduzindo de 19,3% para 19,0% do PIB (Produto Interno Bruto). “Foi a 1ª vez desde a redemocratização que um presidente deixa para seu sucessor um gasto menor que o herdado do governo anterior”, informaram.

Eles também mencionaram que o resultado nominal do setor público consolidado, que inclui União, Estados, municípios e estatais, passou de um déficit acumulado em 12 meses de R$ 460,4 bilhões em dezembro de 2022 para R$ 967,4 bilhões até dezembro de 2023, uma piora de R$ 507 bilhões no período. No último resultado disponível, o déficit nominal era de R$ 998,6 bilhões no acumulado de 12 meses até março.

O resultado nominal do setor público consolidado considera o pagamento dos juros da dívida pública, enquanto o resultado primário exclui essa despesa. Veja gráficos mostrados pelo jornal Poder 360

O resultado primário, que exclui o pagamento dos juros da dívida, passou de um superavit de R$ 126,0 bilhões para um déficit de R$ 249,1 bilhões em um ano, representando uma deterioração de R$ 375,1 bilhões no período. No dado mais recente disponível, o déficit era de R$ 252,9 bilhões.

O índice diário de endividamento cresceu de R$ 0,7 bilhão por dia para R$ 2,3 bilhões diários. A dívida bruta aumentou em R$ 1 trilhão durante o período de governo de Lula.

Segundo informações do jornal Poder360, a equipe do Ministério da Fazenda do governo Lula (PT) foi convidada para refutar os argumentos apresentados pela equipe econômica do Governo Bolsonaro, mas até o presente momento, a equipe de Lula se omitiu e não refutou os dados apresentados pela equipe econômica comandada por Paulo Guedes na época. 

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Equipe de Paulo Guedes rebate Fake News de Fernando Haddad na Câmara. Cadê o Xandão?