
O Partido dos Trabalhadores pode estar prestes a entregar seu cargo mais alto a João Paulo Rodrigues, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A ideia ganhou força após a desistência do prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, que declarou apoio ao líder sem-terra como uma “candidatura de consenso”.
João Paulo, que foi uma das principais vozes da campanha de Lula em 2022, afirmou nesta semana, durante a abertura da Feira Nacional da Reforma Agrária, que ainda está avaliando o convite, mas se disse lisonjeado com a possibilidade.
Dentro do PT, o movimento divide opiniões. Se por um lado representa um aceno às bases históricas e aos movimentos sociais organizados, por outro, reacende o alerta sobre os rumos da legenda em tempos de reconstrução de imagem. A figura de Rodrigues — diretamente associada ao MST, um movimento que coleciona episódios de invasão de propriedades privadas e tensão com o setor produtivo — pode dificultar o diálogo com parcelas mais amplas da sociedade, especialmente com o agronegócio e investidores preocupados com segurança jurídica.
Em vez de aproveitar o momento para sinalizar maturidade e buscar equilíbrio, o partido parece optar por reforçar vínculos com setores mais radicais da sua origem. A possível escolha de um nome do MST para liderar o PT nacionalmente não apenas isola o partido do centro político, como também lança dúvidas sobre a real disposição da sigla em representar o Brasil que produz, empreende e busca estabilidade — e não o que marcha sobre propriedades alheias.
Fonte: @aliancapelobrasil
Diário do Brasil Noticias